Todos estamos como baleias sem caudas
Mario Sabino, na Crusoé: "Nesta semana, contudo, o que me comoveu mesmo foi uma baleia que recebeu o nome de Codamozza ('cauda cortada', em italiano), como informa o jornal La Repubblica, que publicou um vídeo protagonizado por ela. Codamozza foi avistada pela primeira vez em 1996, quando ainda conservava uma parte da cauda; no final de 2019, foi-se o resto. Provavelmente, hélices de motores de barcos a aleijaram duas vezes. Codamozza não tem sorte, definitivamente, mas lhe sobra força de vontade. Sem cauda, essa baleia notável desenvolveu um jeito próprio de se locomover..."
Mario Sabino, na Crusoé:
“Nesta semana, contudo, o que me comoveu mesmo foi uma baleia que recebeu o nome de Codamozza (‘cauda cortada’, em italiano), como informa o jornal La Repubblica, que publicou um vídeo protagonizado por ela. Codamozza foi avistada pela primeira vez em 1996, quando ainda conservava uma parte da cauda; no final de 2019, foi-se o resto. Provavelmente, hélices de motores de barcos a aleijaram duas vezes. Codamozza não tem sorte, definitivamente, mas lhe sobra força de vontade. Sem cauda, essa baleia notável desenvolveu um jeito próprio de se locomover. […]
[…] A história de Codamozza seria tocante em qualquer momento, mas adquire mais pungência agora que todos estamos como baleias sem caudas, tentando nos mover de alguma forma nesta quarentena interminável, em viagens interiores, inclusive. Seremos capazes de nos adaptar no curto prazo a um nado borboleta, para prosseguir vivendo como antes, ou de modo parecido? A vida só é projetável no curto prazo, nossa única certeza, com o perdão da platitude. É preciso, assim, que sejamos capazes.”
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