Era José Serra quem pedia para receber pagamentos da Odebrecht na Suíça
Pedro Augusto Ribeiro Novis, amigo e vizinho de José Serra, era o homem da Odebrecht com quem o tucano acertava seus esquemas, segundo a denúncia do MPF em São Paulo, à qual O Antagonista teve acesso. Novis era executivo da Braskem e cabia a ele, de acordo com a denúncia, receber de Serra "demandas de pagamentos...
Pedro Augusto Ribeiro Novis, amigo e vizinho de José Serra, era o homem da Odebrecht com quem o tucano acertava seus esquemas, segundo a denúncia do MPF em São Paulo, à qual O Antagonista teve acesso.
Novis era executivo da Braskem e cabia a ele, de acordo com a denúncia, receber de Serra “demandas de pagamentos, em troca de auxílios diversos à empreiteira, como os relativos a contratos de obras de infraestrutura e a concessões de transporte e saneamento de seu interesse.”
A denúncia relata que, no fim de 2006, quando Serra foi eleito governador de São Paulo, ele pediu a Novis um pagamento indevido de R$ 4,5 milhões e indicou que gostaria de receber o dinheiro no exterior, por meio da offshore suíça Circle Technical Company Inc, operada por José Amaro Pinto Ramos.
O pedido foi atendido, segundo o MPF.
Naquela ocasião, o conhecido “setor de propinas” da Odebrecht já estava em funcionamento.
Serra também se valeu do que o MPF chama de “complexa mecânica voltada à realização de pagamentos não contabilizados no exterior”.
É sempre bom relembrar:
“Tal mecânica funcionava, grosso modo, em quatro níveis: no primeiro, estavam contas controladas pela ODEBRECHT em países estrangeiros; no segundo, estavam contas em nome de offshores, controladas, de fato, também pela empreiteira, e que serviam como receptoras de valores oriundos do exterior; no terceiro, estava uma outra camada de contas controladas por offshores, que serviam para distanciar a origem dos recursos que passavam pelos dois níveis anteriores; já no último, estavam contas de operadores financeiros que, em troca de receberem uma compensação financeira, realizavam pagamentos aos beneficiários finais indicados pela ODEBRECHT.
As contas do terceiro e quarto níveis eram mantidas, sobretudo, nas instituições financeiras Trend Bank Limited, Antigua Overseas Bank, Multcredit Bank, Banca Privada D’Andorra, Meinl Bank Antigua e Dreditcorp Bank, e, neste âmbito, a ODEBRECHT contava não apenas com seus próprios funcionários do Setor de Operações Estruturadas, como também com operadores financeiros “terceirizados”, como Olívio Rodrigues Júnior e Rodrigo Tacla Duran, que administravam offshores próprias e, a partir delas, transferiam valores a seus destinatários finais.”
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