Financial Times: Moro, o “juiz que derruba presidentes”, pode levar a impeachment de Bolsonaro
A turbulência política causada a partir da saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça -- e de suas acusações de que Jair Bolsonaro teria tentado interferir na Polícia Federal -- ganhou destaque no tradicional jornal britânico Financial Times...
A turbulência política causada a partir da saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça — e de suas acusações de que Jair Bolsonaro teria tentado interferir na Polícia Federal — ganhou destaque no tradicional jornal britânico Financial Times.
Em texto publicado hoje pelos jornalistas Bryan Harris e Andres Schipani, o ex-ministro é chamado de “juiz que derruba presidentes” — em referência à prisão de Lula e ao impeachment de Dilma Rousseff, deflagrado após revelações de que a petista pretendia nomear o antecessor para a chefia da Casa Civil (em gravações que se tornaram públicas após uma decisão de Moro).
“No primeiro ato da carreira de Sergio Moro, quando ele se tornou o rosto público de uma poderosa repressão à corrupção na América Latina, seu trabalho culminou na condenação e prisão de um ex-presidente, herói da esquerda brasileira, Luiz Inácio Lula da Silva. Agora, em um final dramático de seu segundo ato — desta vez como ministro da Justiça do Brasil –, as ações de Moro podem ir ainda mais longe, com um impeachment do presidente nacionalista de direita Jair Bolsonaro”, diz o jornal.
Para o Financial Times, a saída de Moro causa “um dano potencialmente duradouro” na imagem de Bolsonaro, “chamado de ‘Trump dos trópicos’ e que conta com uma base de apoio de cerca de 30% da população”.
O texto também cita um possível futuro eleitoral de Moro — que seria “o próximo ato” do ex-juiz. “A carreira de juiz taciturno que destrói a corrupção também abriu um caminho para o poder”, diz o jornal.
“Para alguns, a renúncia de Moro apenas prepara o cenário para seu próximo ato: como candidato à presidência nas eleições de 2022. […] Enquanto isso, a sorte de Bolsonaro parece menos brilhante.”
A publicação britânica também especula a respeito de outra possível baixa na equipe de ministros de Bolsonaro: “A saída de um oitavo ministro levanta dúvidas sobre quanto tempo Paulo Guedes, o ministro da Fazenda, pode durar”.
No fim de abril, o Financial Times já havia publicado um editorial em que criticava Bolsonaro e dizia que o presidente brasileiro estava “justificando seu impeachment”.
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