“É muito fácil propor roleta russa com a cabeça dos outros”, diz Caiado
Na conversa com O Antagonista, disponível em vídeo, Ronaldo Caiado disse que “foi um momento muito difícil para nós” a morte da técnica em enfermagem Adelita Ribeiro da Silva, de 38 anos. Em seguida, o governador de Goiás repudiou “o gesto de egoísmo, de falta completa de cidadania” das pessoas que desdenham da pandemia de coronavírus e ficam “brigando com...
Na conversa com O Antagonista, disponível em vídeo, Ronaldo Caiado disse que “foi um momento muito difícil para nós” a morte da técnica em enfermagem Adelita Ribeiro da Silva, de 38 anos. Em seguida, o governador de Goiás repudiou “o gesto de egoísmo, de falta completa de cidadania” das pessoas que desdenham da pandemia de coronavírus e ficam “brigando com a ciência”, com base em “achismo”.
“As pessoas que levam isso na brincadeira eu gostaria que pudessem ter noção de uma realidade dentro [dos hospitais], não é em mobilização pela rua, não. Porque esse cidadão que se diz muito corajoso, eu queria ele dentro da sala de UTI, com dezenas de pessoas [em estados] graves, entubadas, ali onde a contaminação é generalizada. Ali não é gotícula, amigo. Ali a contaminação é pelo ar. As pessoas sabendo o que é entubar o paciente, o que é aspirar o paciente, o que é estar ali mexendo com aquela situação, a mais desesperadora do mundo. Essas pessoas que se dizem muito corajosas eu queria tê-las aqui como voluntárias para estarem lá dentro da UTI ajudando a carregar. Uma das técnicas que nós usamos e que está bem desenvolvida hoje é fazer a posição ‘prona’: a gente pega o paciente e vira ele de bruços, para que o pulmão tenha mais facilidade para expandir. Agora você imagina virar um paciente que está entubado. Então não é apenas uma pessoa. Aí o cidadão rasga o avental, cai a máscara, enfim: você está exposto a um risco e, de repente, a pessoa [de fora] fala ‘isso aí não é nada, não, isso aí é secundário’. Esses voluntários não chegaram a mim até hoje. Eu tenho pedido demais que eles venham”, disse Caiado.
O governador destacou a necessidade de colaboração de todos para respeitar e proteger, principalmente, os profissionais de saúde, os idosos, as pessoas com comorbidades e as de baixa renda.
“Esse vírus atingiu a classe alta e a classe média alta, e agora ele vem expandindo exatamente nas regiões de uma população mais vulnerável. Como médico, eu sou um defensor intransigente da vida. Então essa é a minha posição. É muito fácil o cidadão propor roleta russa com a cabeça dos outros. É uma proposta que não o atinge em hora nenhuma. Mas quando é a cabeça dele mesmo, aí ele pensa duas vezes”, declarou Caiado.
O governador, que já flexibilizou parte das medidas restritivas, disse querer neste momento que Goiás saia do isolamento social de uma forma gradual, mas com a capacidade de monitorar o número de pacientes que evolui para o processo de gravidade e o número de leitos para atendê-los.
Assista à íntegra da entrevista: aqui.
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