As Julianas de Dallagnol
Em sua coluna na Crusoé, Mario Sabino diz estar em Portugal -- não física, mas intelectualmente. Ele recorre às Ordenações Filipinas, Livro V, capítulo Dos que Abrem as Cartas Del-Rei ou da Rainha, Ou de Outras Pessoas, e também a O Primo Basílio, de Eça de Queiroz, para tratar de temas do Brasil de hoje, como a invasão do Telegram de Deltan Dallagnol ou o inquérito sigiloso e ilegal que censurou a revista...
Em sua coluna na Crusoé, Mario Sabino diz estar em Portugal — não física, mas intelectualmente. Ele recorre às Ordenações Filipinas, Livro V, capítulo Dos que Abrem as Cartas Del-Rei ou da Rainha, Ou de Outras Pessoas, e também a O Primo Basílio, de Eça de Queiroz, para tratar de temas do Brasil de hoje, como a invasão do Telegram de Deltan Dallagnol ou o inquérito sigiloso e ilegal que censurou a revista.
Em O Primo Basílio, por exemplo, Juliana — a empregada do casal formado por Luísa e Jorge — rouba uma carta de Basílio, um dândi sem escrúpulos, para Luísa e chantageia a patroa ameaçando publicá-la. Juliana faz-se de coitada, mas é rancorosa, acha que o mundo tem dívidas com ela.
Leia um trecho da coluna:
“Juliana tem palpitações de regozijo quando lê as palavras amorosas de Basílio a Luísa. A chantagem tem lá prazeres extras. Imagino palpitar idêntico nas Julianas que conservam as mensagens de Deltan Dallagnol. É procurador da Lava Jato e basta! As Julianas estão livres da punição prevista pelas Ordenações Filipinas graças à democracia. Estão livres da Constituição Federal e do Código Penal graças à chantagem travestida de interesse público e liberdade de imprensa. Estão livres porque não temos um Eça de Queiroz para imortalizar o seu ódio irracional e pueril.”
Leia a íntegra na Crusoé:
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