Premiê da Austrália é vaiado em vigília após ataque antissemita
Anthony Albanese foi recebido com insultos ao chegar à cerimônia em Bondi Beach, em Sydney
O primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese (foto), foi recebido com vaias e insultos neste domingo, 21, ao chegar a uma vigília em Bondi Beach, em Sydney, em homenagem às vítimas do ataque terrorista antissemita ocorrido na semana passada.
As vaias surgiram quando o nome de Albanese foi anunciado no palco montado em frente a uma multidão. Parte do público manifestou indignação com o que considera uma resposta insuficiente do governo federal contra o avanço do antissemitismo no país.
Em contraste, o primeiro-ministro de Nova Gales do Sul, Chris Minns, foi recebido com aplausos e uma ovação de pé.
Albanese não discursou durante o evento. Antes da vigília, o premiê havia anunciado a abertura de uma revisão das agências federais de polícia e de inteligência.
Segundo Albanese, a apuração será conduzida por um ex-chefe da agência de espionagem australiana e vai examinar se a polícia federal e os serviços de inteligência dispõem dos “poderes, estruturas, processos e mecanismos de compartilhamento adequados para manter os australianos seguros”.
Dia de homenagens
O país marcou o domingo com vigílias em diversas cidades e uma cerimônia principal no local do ataque. As autoridades convidaram os australianos a acender velas na noite de domingo, início do oitavo e último dia do festival judaico das luzes, “como um ato silencioso de lembrança, junto de familiares, amigos ou pessoas queridas” das vítimas.
Um minuto de silêncio foi realizado às 18h47, horário em que os primeiros disparos ocorreram uma semana antes. Prédios públicos mantiveram bandeiras a meio mastro, e emissoras de rádio e televisão interromperam a programação em sinal de respeito.
O memorial em Bondi Beach ocorreu sob forte esquema de segurança, com policiais armados, atiradores posicionados em telhados e embarcações da polícia no mar.
No início da semana, cerca de 700 pessoas entraram no oceano em pranchas de surfe e paddle, formando um grande círculo como gesto de solidariedade.
Ataque terrorista
O ataque teve como alvo um evento organizado para marcar a primeira noite do Hanucá e deixou 15 mortos, com idades entre 10 e 87 anos, incluindo dois rabinos. Dezenas de pessoas ficaram feridas, algumas ainda hospitalizadas.
As autoridades acreditam que os atiradores — pai e filho — foram inspirados pelo grupo terrorista Estado Islâmico.
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