Corinthians debate SAF nos modelos da NFL
O debate em torno da SAF no Corinthians reflete um dilema enfrentado por muitos clubes de futebol: como modernizar e garantir a sustentabilidade financeira sem perder a essência que os torna únicos.
O Corinthians, um dos clubes mais tradicionais do futebol brasileiro, está no centro de um debate sobre a possibilidade de adotar o modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF).
Inspirado pelo exemplo do Green Bay Packers na NFL, que é de propriedade dos torcedores, o clube paulista considera separar suas operações de futebol das sociais e vender cotas de participação aos torcedores. No entanto, essa ideia enfrenta resistência significativa dentro do clube.
Atualmente, o Corinthians opera sob um modelo associativo, onde conselheiros e associados têm voz nas decisões do clube. O presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Jr., expressou sua oposição à transformação do clube em uma empresa, afirmando categoricamente que “SAF nunca”.
A resistência não se limita a ele; outros membros influentes do clube compartilham dessa visão.
Por que a SAF encontra resistência no Corinthians?
A resistência ao modelo SAF no Corinthians é fundamentada em preocupações sobre a gestão e a tradição do clube. Paulo Roberto Bastos Pedro, membro do Conselho de Orientação (CORI), destacou que o problema não está no modelo associativo em si, mas na gestão.
Ele argumenta que uma SAF mal gerida pode levar à falência, uma preocupação válida considerando a complexidade da administração de clubes de futebol.
Além disso, a Gaviões da Fiel, principal torcida organizada do clube, também se posicionou contra a ideia. O presidente da torcida, Alexandre Domênico Pereira, conhecido como Alê, enfatizou que a história do clube, fundado por operários em 1910, deve ser respeitada.
Para ele, uma mudança de estatuto é necessária, mas transformar o clube em SAF é inconcebível.

Quais são os próximos passos ?
Apesar da resistência, a discussão sobre a SAF no Corinthians ganhou força após a rejeição das contas do primeiro ano da gestão de Augusto Melo.
O Conselho Deliberativo votou contra o balanço apresentado, seguindo a recomendação do Conselho Fiscal e do CORI. Essa reprovação gerou um debate sobre a necessidade de reformas no clube.
O futuro do Corinthians pode incluir uma reforma estatutária que permita maior participação dos sócios-torcedores nas decisões do clube.
Essa mudança poderia fortalecer o modelo associativo, garantindo que as vozes dos torcedores sejam ouvidas sem a necessidade de transformar o clube em uma SAF.
O que a história do Corinthians ensina sobre gestão de Clubes?
A história do Corinthians é um exemplo de como a tradição e a identidade de um clube podem influenciar suas decisões administrativas. Fundado por operários, o clube sempre teve uma forte conexão com sua base de torcedores.
Essa relação única é um dos motivos pelos quais muitos dentro do clube resistem à ideia de uma SAF, temendo que isso possa diluir a identidade corintiana.
O debate em torno da SAF no Corinthians reflete um dilema enfrentado por muitos clubes de futebol: como modernizar e garantir a sustentabilidade financeira sem perder a essência que os torna únicos.
A resposta para o Corinthians pode estar em encontrar um equilíbrio entre tradição e inovação, garantindo que o clube continue a prosperar no cenário do futebol brasileiro.
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