MPE defende elegibilidade de Caiado
Procuradoria Regional Eleitoral se manifesta por reversão da decisão judicial que condenou o governador de Goiás

A Procuradoria Regional Eleitoral de Goiás, que integra o Ministério Público Eleitoral (MPE), se manifestou nesta segunda-feira a favor da reversão da decisão judicial que condenou o governador Ronaldo Caiado (União Brasil).
A sentença, proferida em dezembro de 2024, havia imposto a inelegibilidade do chefe do Executivo estadual por oito anos, com base em alegações de abuso de poder político nas eleições municipais.
Segundo a juíza responsável pelo caso, Maria Umbelina Zorzetti, Caiado teria utilizado o Palácio das Esmeraldas para promover eventos eleitorais em apoio a seu aliado Sandro Mabel (União Brasil), candidato à prefeitura de Goiânia.
A denúncia foi sustentada por registros fotográficos divulgados por apoiadores de Caiado e Mabel, que indicariam o caráter eleitoreiro dos encontros realizados na sede do governo. Conforme descrito no processo, os jantares, organizados no Palácio das Esmeraldas, teriam como objetivo a promoção da candidatura de Mabel, influenciando diretamente o pleito municipal.
‘Desequílibrio’
Embora o Ministério Público Eleitoral afrime que houve desequilíbrio gerado pelas reuniões no Palácio das Esmeraldas, que, segundo a Procuradoria, afetaram a equidade da eleição, a instituição defendeu que as punições aplicadas foram excessivas.
Na sentença de primeiro grau, a juíza Maria Umbelina Zorzetti argumentou que Caiado utilizou um discurso indireto de apoio ao candidato Mabel, considerando-o uma forma de “palavras mágicas” para garantir respaldo político. A magistrada observou que, embora o governador não tenha solicitado explicitamente votos a Mabel, seu pronunciamento teve um viés eleitoral claro.
Em sua argumentação, a decisão enfatizou que Caiado recorreu a recursos governamentais, como alimentos, bebidas e o auxílio de servidores públicos, para realizar os eventos. Além disso, a divulgação dos jantares na mídia e nas redes sociais teria contribuído para uma distorção do equilíbrio da eleição.
Cerceamento de defesa ?
As defesas de Caiado e Mabel, por outro lado, refutam a existência de qualquer irregularidade. O governador defendeu que os encontros tinham um caráter institucional, sem objetivo eleitoral, e que serviram apenas para parabenizar os candidatos eleitos, discutir propostas para o futuro de Goiânia e estreitar laços entre os Poderes Executivo e Legislativo.
Por fim, ambos alegaram cerceamento de defesa, mas esse argumento foi descartado pelo Ministério Público Eleitoral, que não reconheceu qualquer violação nesse sentido.
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