Brasil sob Lula: boicote a Israel e spray de pimenta para a Venezuela
Não é novidade a relação pessoal histórica do chefão do PT com alguns dos mais sanguinários ditadores do planeta
Banânia é um país tão, digamos peculiar, que certas barbaridades que ocorrem por aqui passam quase despercebidas ou, no máximo, causam algum pequeno debate durante poucos dias e se vão, como as cinzas da destruição de um bairro inteiro de Los Angeles (CA), nos Estados Unidos, que deveriam, no mínimo, despertar – de uma vez por todas! – a atenção do mundo para as cada vez mais dramáticas mudanças climáticas.
Bem, em outubro do ano passado, ficamos sabendo pela voz do próprio responsável e, portanto, testemunha ocular, o ministro da Defesa José Múcio, que o governo brasileiro, por mero preconceito e imposição do Itamaraty – para mim, atitude análoga a antissemitismo – impediu a importação de equipamentos de alta tecnologia apenas por serem fabricados por uma empresa israelense, que havia vencido legalmente uma licitação.
Em uma democracia minimamente madura e institucionalmente organizada, tal fato levaria os responsáveis ao menos a rigorosas audiências públicas no âmbito do Poder Legislativo, cuja uma das missões é fiscalizar os atos do Poder Executivo. No limite, haveria a demissão dos responsáveis por tal decisão e a consequente responsabilização legal por abuso de poder, ou mesmo desvio de função, sem falar em – repito! – antissemitismo.
Pimenta golpista
Porém, como sabido, o caso não “rendeu” nada além de críticas esparsas de pequena parte da imprensa e de alguns parlamentares de oposição. E não foi diferente, aliás, ainda que em importância muito menor, a repercussão – quase nenhuma – da compra de 20 mil frascos de spray de pimenta do Brasil por parte da ditadura venezuelana, com o aval do próprio ministério da Defesa e, claro, do Exército brasileiro.
Sim. É uma transação comercial normal. Ou seria, caso o governo brasileiro não fosse: 1) tão alinhado com a tirania de Maduro e 2) tão refratário a Israel (para não dizer tão francamente a favor dos terroristas do Hamas e do Hezbollah). Atenção: não se trata, aqui, de qualquer defesa de intromissão estatal em negócios privados. Ao contrário. Por mim, quanto menos interferência do Estado na vida privada, melhor.
Digo isso porque o negócio se deu entre a ditadura venezuelana e uma empresa privada brasileira, e não com o governo brasileiro (como no caso dos equipamentos israelenses). Contudo, estamos falando de comércio internacional, que é regulado pelos próprios países, e da participação direta (autorização) do Ministério da Defesa, ou seja, do Executivo federal, leia-se presidente Lula, amigo de fé irmão camarada de Nicolás Maduro.
Amor antigo
O chefão petista não se cansa de manifestar contrariedade aos embargos e retaliações comerciais de países democráticos em desfavor de ditaduras mundo afora. Sempre alega que os povos envolvidos (embargados) acabam prejudicados pelas punições. Por outro lado, não se furta de exigir de organismos internacionais, como a ONU, punições, por exemplo, a Israel, por considerar genocida a única democracia do Oriente Médio.
O duplo padrão moral do lulopetismo não é novidade para ninguém. Como não é novidade a relação pessoal histórica do chefão do PT com alguns dos mais sanguinários ditadores do planeta (Mahmoud Ahmadinejad, do Irã; Muammar Al Gaddafi, da Líbia; irmãos Castro, de Cuba; Daniel Ortega, da Nicarágua; Hugo Chávez e Nicolás Maduro, da própria a Venezuela). Sem falar em China e Rússia, de Xi Jinping e Vladimir Putin.
Por isso, talvez, a completa relativização do caso dos sprays de pimenta importados do Brasil para o uso tirânico do amigão Maduro. Mas, para um governo que finge não saber do sequestro de políticos opositores e da distribuição de fuzis a milicianos que suportam a ditadura venezuelana, um sprayzinho a mais aqui e outro, ali, não são nada de mais, não é verdade? Até porque, “pimenta nos olhos dos outros“, como reza o ditado, “é refresco“.
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