O discreto recado de Fachin ao STF no 8 de janeiro de Lula
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O discreto recado de Fachin ao STF no 8 de janeiro de Lula

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Rodolfo Borges
2 minutos de leitura 09.01.2025 10:39 comentários
Análise

O discreto recado de Fachin ao STF no 8 de janeiro de Lula

"O juiz não pode deixar de responsabilizar quem violou as regras do jogo, mas não lhe cabe dizer quem vai ganhar", disse o ministro do Supremo em cerimônia no Palácio do Planalto

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Rodolfo Borges
2 minutos de leitura 09.01.2025 10:39 comentários 8
O discreto recado de Fachin ao STF no 8 de janeiro de Lula
Foto: Rosinei Coutinho/STF

Perdeu-se, em meio à vulgar e contraditória defesa da democracia feita por Lula e seus aliados na cerimônia para lembrar os atos de vandalismo de 8 de janeiro de 2023, um discreto recado do ministro Edson Fachin (ao centro na foto) aos seus pares do Supremo Tribunal Federal (STF).

Depois de ler uma manifestação enviada pelo presidente do STF, Luís Roberto Barroso, uma das ausências de maior destaque da esvaziada cerimônia, Fachin fez seu próprio discurso, para dizer o seguinte:

“Cumpre sempre observar o limite da Constituição. Ao direito o que é do direito, à política o que é da política.”

“Não cabe ao árbitro construir o resultado

Fachin, que já tinha passado mensagem semelhante no ano passado, sempre de maneira mais discreta que seus colegas de maior protagonismo político na Corte, seguiu:

“Reafirmo o compromisso do Supremo Tribunal Federal com a independência, harmonia e cooperação entre os Poderes e com os princípios republicanos e democráticos. A Constituição estabeleceu que é o jogo da democracia, e é esse o jogo, e nele não cabe ao árbitro construir o resultado.”

“O juiz não pode deixar de responsabilizar quem violou as regras do jogo, mas não lhe cabe dizer quem vai ganhar”, finalizou o ministro.

Que democracia?

O STF reivindica para si a defesa da democracia desde 2019, quando seus ministros se sentiram atacados e reagiram com a abertura de inquéritos sem fim, como o das fake news, que chega ao seu sexto ano.

Sob a alegação de defender as instituições, contudo, os ministros do Supremo têm tomado decisões questionáveis do ponto de vista formal e passaram a participar do jogo político de uma forma inédita — contribuindo, inevitavelmente, para construir resultados, como apontou Fachin.

É reconfortante ouvir esse tipo de análise saindo da boca de um ministro do STF, ainda que de forma tão discreta, sob o risco de se perder em meio à gritaria histérica de quem usa de forma oportunista o discurso de defesa da democracia apenas para desgastar os adversários.

Resta torcer para que a mensagem de Fachin encontre alguma reverberação nos colegas de Supremo.

Leia mais: O discreto ‘Fachinpalooza’ dá lição ao ‘Gilmarpalooza’

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Rodolfo Borges

Rodolfo Borges é jornalista formado pela Universidade de Brasília (UnB). Trabalhou em veículos como Correio Braziliense, Istoé Dinheiro, portal R7 e El País Brasil.

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Comentários (8)

saul simoes junior

10.01.2025 00:01

Miranda fazendo marola quantos vezes ele votou contra nos julgamentos "do golpe" que nem direito do contraditório teve?


Angelo Sanchez

09.01.2025 22:56

O normal no Brasil é eleger corruptos, condenados por cumplicidade com bandidos que delapidaram estatais. Mas se o povo se indignar e resolver mostrar o seu desagravo, é punido mesmo que tenham agido pacificamente. A punição só cabe àqueles que agiram com vandalismo.


Sandra

09.01.2025 15:51

Exatamente Paulo, já não vemos nem um sinal de esperança em mudanças nesse cenário


Carlos Renato Cardoso Da Costa

09.01.2025 15:22

Voz perdida tal como são seus votos na 2ª turma ante a turma abjeta


Jose Diogo de Almeida

09.01.2025 14:33

Meu sonho era ainda ter o Ministro Teori Zavascki vivo ... gostaria muito de saber como estariamos neste momento, sem que tivesse falecido.


Paulo silva

09.01.2025 12:22

Nao acredito nesta gente. Eles estao unidos contra o brasil e contra a sociedade. O compromisso destes ratos eh com os criminosos poderosos e com este sistema corrupto e canalha, que impede o brasil de ser de todos os brasileiros, que os sustenta com o poder ilimitado desde q impere a garantia de impunidade aos criminosos de sempre, tanto do governo, quanto da grande maioria da oposicao. Assistimos, desde o fim da ditadura militar, um revesamento entre corruptos e ladroes de $ publico, q sugam todo o orcamento e mantem o brasil parasilzado e sem perspectiva de futuro. Todas as opracoes de combate a corrupcao sao enterradas nestes tribunais corruptos nomeados pelos criminosos pooderosos.


Mauro Seraphim

09.01.2025 11:00

Mensagem discreta, mas eloquente. Quem, no STF, tem ouvidos para ouvir, que ouça.


Annie

09.01.2025 10:44

Parabéns ao ministro sabe qual é o lugar dele no STF muito diferente de seus pares.


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