Ministros de Lula celebram prisão de Braga Netto: “Grande dia”
Ministro das Relações Institucionais elogia operação da PF que resultou na prisão do ex-ministro e candidato a vice na chapa de Bolsonaro
A prisão do general Walter Braga Netto foi celebrada neste sábado, 14 de dezembro, por integrantes do governo Lula.
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (foto), elogiou a operação da Polícia Federal que resultou na prisão do ex-ministro da Defesa e candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro em 2022.
Em vídeo divulgado nas redes sociais, Padilha afirmou que “crimes contra o Estado Democrático de Direito não serão tolerados”.
“Mais um passo foi dado pela Justiça brasileira e pela Polícia Federal para mostrar que seremos firmes contra aqueles que organizaram a tentativa de golpe no país que assassinaria o presidente eleito, o vice-presidente eleito. Em defesa da democracia, sem anistia”, acrescentou.
Padilha também classificou a data de hoje como um “grande dia”, em alusão a uma frase usada por Jair Bolsonaro em 2019, depois que o então deputado Jean Wyllys anunciou que deixaria o Brasil devido a ameaças.
Já o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, defendeu punições rigorosas aos envolvidos em atos antidemocráticos.
“Que todos os golpistas sejam investigados, julgados e responsabilizados”, escreveu nas redes sociais.
Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, relembrou a oposição de sua irmã, a vereadora Marielle Franco, à intervenção federal no Rio de Janeiro em 2018, comandada por Braga Netto.
“Marielle se levantava contra a intervenção no Rio e seu interventor, general Braga Netto. Que nos posicionemos sempre do lado certo da história”, afirmou.
A prisão de Braga Netto
O ex-ministro Walter Braga Netto foi preso na manhã deste sábado, acusado de participar da suposta tentativa de golpe de Estado que visava impedir a posse de Lula.
A prisão ocorreu em sua residência, em Copacabana, no Rio de Janeiro, e ele foi levado ao Comando da 1ª Divisão do Exército.
A Polícia Federal realizou buscas em endereços relacionados ao general e também contra o coronel da reserva Flávio Peregrino, principal auxiliar de Braga Netto.
Peregrino é alvo de uma cautelar diversa de prisão, e todos os envolvidos são suspeitos de obstrução de justiça. A operação foi autorizada por Moraes, com o aval da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Dinheiro em sacola de vinho
Mauro Cid, em seus depoimentos, revelou que Braga Netto teria entregue dinheiro vivo a militares das Forças Especiais, conhecidos como “kids pretos”, em embalagens de vinho, para garantir o apoio de membros das Forças Armadas no plano de golpe.
A defesa de Braga Netto negou qualquer envolvimento com o suposto golpe e afirmou que o general desconhecia os detalhes do plano.
A prisão foi solicitada após uma série de investigações que remontam a setembro de 2023, quando Cid firmou seu acordo de colaboração premiada.
A PF também apreendeu documentos que indicam tentativas de manipulação das investigações, incluindo um manuscrito encontrado no PL, escrito por Flávio Peregrino, com pontos relacionados ao depoimento de Cid.
O Exército Brasileiro afirmou em nota que acompanha as diligências ordenadas pela Justiça, sem se manifestar sobre o conteúdo das investigações.
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