Jerônimo Teixeira na Crusoé: Sobre câmeras corporais e erros letais
Os episódios de violência da polícia paulista mostram que é urgente mudar a cultura institucional das forças policiais – e não só sem São Paulo
O governador de São Paulo admitiu um erro.
Tarcísio de Freitas revisou sua rejeição ao uso de câmeras corporais na polícia. Eis o que ele disse: “Eu tinha uma visão equivocada, fruto da experiência pretérita que tive, que não tem nada a ver com a questão da segurança pública. Hoje, estou absolutamente convencido de que é um instrumento de proteção da sociedade, do policial. Vamos não só manter, mas ampliar o programa”.
No X, encontro gente encantada com essa declaração. Que admirável: um político que admite um erro. Quando Lula jamais fez isso? Ou Bolsonaro?
Já eu acho que a admissão do erro foi uma concessão tímida do governador, que ainda precisa confrontar o erro maior: sua escolha para secretário de Segurança – Guilherme Derrite, um ex-policial que foi investigado em vários casos de homicídio e acabou afastado da Rota, tropa especial da PM.
Também acho que Lula e Bolsonaro são parâmetros muito baixos de comportamento político.
O histórico e as histórias
O currículo pregresso de Derrite não o recomendava para o comando da secretaria.
E as histórias de truculência policial que se acumularam só de novembro para cá deveriam bastar para derrubá-lo do cargo.
Um homem que tentou furtar sabão de um mercado foi morto por um policial militar com onze tiros nas costas. Um menino de quatro anos morreu baleado no meio de um tiroteio entre policiais e criminosos. Um jovem desarmado que cometeu o grave crime de dar um tapa em um carro da PM foi perseguido e morto com um tiro.
Curiosamente, o caso que não acabou em morte – ainda bem – parece ter conquistado mais atenção pública: um homem foi jogado do alto de uma ponte por um policial.
Não são casos isolados: a letalidade policial no estado…
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