Crusoé: O pós-guerra sem Assad
Grupo terrorista fala em governo transitório até março, mas nova guerra pode começar contra os curdos
A queda do ditador Bashar Assad abriu um período de incertezas na Síria.
Na tentativa de ganhar legitimidade perante outros países, lideranças do grupo terrorista Tahrir Al-Sham (HTS), o grande responsável pela sua derrubada, fizeram diversas sinalizações.
O engenheiro Mohammed Bashir foi escolhido para comandar um governo de transição, que já tem dia para acabar: 1º de março de 2025.
Em entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera, Bashir convidou os milhares de refugiados para retornarem ao país, dizendo que eles são necessários para a retomada econômica.
Também prometeu que não haverá perseguição a opositores e que não haverá outra guerra civil após o término da transição.
As promessas, no entanto, podem acabar como as do Talibã, que derrubaram o governo do Afeganistão em 2021 prometendo respeitar os direitos das mulheres, mas terminaram seguindo as mesmas visões religiosas arcaicas que tinham no passado.
A esperança com o HTS é que agentes dentro e fora da Síria sejam capazes de manter o grupo em um bom caminho.
Pressão externa
Após a tomada de Damasco, Assad tornou-se uma carta fora do baralho. Ele não tem mais a menor chance de influenciar o período de transição.
A Rússia, sua grande aliada no passado e sua nova casa, admitiu ser necessário um acordo com o HTS para a manutenção estratégica de duas bases militares, em Latakia e Tartus.
O Irã não terá qualquer influência no novo governo, uma vez que as chances de a minoria alauíta, que representa apenas 15% da população, voltar a dominar o poder como no passado são mínimas.
Atentos ao conflito, os Estados Unidos acenaram com a possibilidade de reconhecer o próximo governo…
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