Crusoé: O lacrador de toga
Ao escolher Flávio Dino, o presidente Lula queria um ministro com "cabeça política" no STF. Conseguiu
Após ter indicado Flávio Dino para integrar o Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Lula deixou bem claro que sempre sonhou com um ministro com “a cabeça política“.
“Ninguém têm a experiência política do Flávio Dino, a experiência de deputado, de perder eleição, de ganhar eleição, de ser deputado federal e depois ser eleito governador e duas vezes senador”, disse o ex-presidente da República em janeiro deste ano.
Em dez meses como integrante do Supremo, Dino já fez um pouco de tudo.
Ele assumiu a toga, mas não largou a política.
Tribunal de Contas
Um ponto ainda pouco comentado sobre suas ações políticas é sua interferência na escolha de um conselheiro do Tribunal de Contas do Maranhão.
Essa disputa tem entre os principais interessados os aliados de Dino, que governou o estado entre 2015 e 2022.
Durante processo de sucessão na Assembleia Legislativa do Maranhão, o atual ministro do STF atuou para eleger o deputado estadual Othelino Neto (Solidariedade), marido de sua antiga suplente no Senado e hoje senadora Ana Paula Lobato.
Mas Neto foi derrotado, no voto, por Iracema Vale (PSB), aliada do atual governador do Estado, Carlos Brandão (PSB).
Iracema foi conduzida ao posto após um pleito de dois turnos, devido a um empate na eleição contra Othelino. O desempate ocorreu pelo critério de idade, com Iracema levando a melhor.
O partido de Othelino, o Solidariedade de Paulinho da Força, foi ao Supremo Tribunal Federal para tentar reverter o resultado da eleição argumentando que deveria ser adotado, na Casa Legislativa maranhense, o mesmo critério que já é estabelecido pela Câmara dos Deputados: em caso de empate, o vencedor é o parlamentar com o maior número de legislaturas, não aquele mais idoso.
A tática do partido — cuja presidente, Flávia Alves Maciel, é irmã de Othelino Neto — era clara: obter no STF uma canetada de Dino para interferir…
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