Bolsonaro nega golpe, mas admite ter cogitado “estado de sítio”
Bolsonaro falou sobre o assunto após ter sido indiciado, com mais 36 pessoas, acusado de participar de um plano para se dar golpe de Estado no final de 2022
Em conversa no aeroporto de Brasília com jornalistas, o ex-presidente Jair Bolsonaro negou que tenha participado de um plano para se dar um golpe de Estado, mas admitiu que cogitou decretar um “estado de sítio”.
Bolsonaro falou sobre o assunto após ter sido indiciado, com mais 36 pessoas, acusado de participar de um plano para se dar golpe de Estado no final de 2022.
“Tem que estar envolvidas todas as Forças Armadas, senão não existe golpe. Ninguém vai dar golpe com general da reserva e mais meia dúzia de oficiais. É um absurdo o que estão falando”, disse o ex-presidente da República.
“Da minha parte nunca houve discussão de golpe. Se alguém viesse pedir golpe para mim, ia falar, tá, tudo bem, e o ‘after day’? E o dia seguinte, como é que fica? Como fica o mundo perante a nós. (…) A palavra golpe nunca esteve no meu dicionário”, acrescentou ele.
Apesar disso, o ex-presidente admitiu que para conter os movimentos populares que se desencadearam nos quartéis, se vislumbrou uma possibilidade “dentro das quatro linhas” da Constituição. Entre essas possibilidades, esteve na mesa o “estado de sítio”.
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“Não teve como resolver? Descartou-se”
“Eu não levei para avante. Até para estado de defesa, eu não convoquei ninguém, nem assinei nenhum papel. Eu procurei saber se existia alguma maneira na Constituição para resolver o problema. Não teve como resolver? Descartou-se! Descartou-se. Descartou-se”, afirmou.
Pela Constituição, o estado de sítio deveria ser usado apenas em caso de declaração de guerra.
Durante coletiva de imprensa, Bolsonaro ainda afirmou que o processo embasado na Operação Contragolpe é “viciado” e ainda acusou o ministro Alexandre de Moraes, enquanto presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de “pesar para um lado” contribuindo para a vitória do presidente Lula nas eleições de 2022.
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