Janja parece um Tiü França de Lula no G20
Causando constrangimento à comitiva brasileira e desconforto ao marido, a primeira-dama acabou atuando como uma militante explosiva
Aloprado era um adjetivo meio em desuso até que em 2006, durante a campanha eleitoral, vigaristas petistas – sim, há vigaristas que não são petistas – tentaram comprar um dossiê falso contra o então candidato ao governo de São Paulo, José Serra (PSDB), que disputava o Palácio dos Bandeirantes contra Aloizio Mercadante. Serra, quatro anos antes, fora rival de Lula na corrida pela Presidência da República.
O tal dossiê pretendia atingir também o tucano Geraldo Alckmin, à época rival do chefão do PT, que tentava a reeleição como presidente. Hoje, como sabemos, são BFF – Best Friends Forever. Um trambiqueiro apresentou o papelucho aos petistas, que então foram ao seu encontro em um hotel em São Paulo, com quase dois milhões de reais em dinheiro vivo – mais de cinco milhões de reais atualizados.
Flagrados pela Polícia Federal (PF), foram todos em cana, inclusive um tesoureiro e um advogado do Partido dos Trabalhadores (PT). Lula, à época, seguindo o padrão “não sei de nada, foram os outros”, declarou: “Você escolhe um companheiro para determinada função. No caso do pessoal que cuidava da pseudointeligência da minha campanha, nem fui eu que escolhi. Quem escolheu foi o presidente do partido, Ricardo Berzoini”.
Aloprados e alopradas
“Eu quero saber não apenas de onde veio o dinheiro. Eu quero saber quem foi que mudou a engenharia política para essa barbárie que foi feita. Eu quero saber quem é que arquitetou uma loucura dessas. Se um bando de aloprados resolveu comprar um dossiê, é porque alguém disse para eles que esse dossiê deve ter coisas do arco da velha. Então eu não quero saber apenas de onde veio o dinheiro”, concluiu o pobre inocente.
Aloprado é um adjetivo masculino que significa, segundo um dos “pais dos burros”, vulgo dicionário, “um termo informal relativo a alguém que parece ou é maluco, adoidado ou amalucado. Pode também significar alguém que está muito agitado ou inquieto”. Bem, neste contexto e diante da aparição, digamos aloprada, da primeira-dama Janja da Silva no encontro do G-20, sábado, 16, no Rio de Janeiro, nada mais apropriado.
A todo-poderosa esposa, chanceler, articuladora, interlocutora, organizadora, porta-voz, ministra, cuidadora etc. etc. etc. estava mesmo – como talvez dissesse Lula contra, sei lá, Michelle Bolsonaro, em situação análoga, por exemplo – “aloprada”. A moça mandou Elon Musk “sifu”, defendeu a censura, que chama de regulamentação, das redes sociais e chamou Alexandre de Moraes de “Grande parceiro” (contra fake news).
Militância explosiva
Janja, apelida por maledicentes de “Esbanja”, por gastos com viagens, decoração dos palácios e outros mimos custeados pelos pobres que o maridão jura defender, também organizou um festival de música que logo foi chamado de Janjapalooza. Contrariada, se irritou quando uma pessoa na plateia brincou com o nome. Logo ela – que não poupa zombaria a terceiros – não gostou de ser “zoada”, tadinha.
Criticando – neste caso, corretamente – o ódio que impera nas redes sociais, lembrou do militante bolsonarista que atentou contra o Supremo Tribunal Federal (STF) na quarta-feira passada, dia 13 de novembro, que acabou morrendo pela explosão de uma das bombas que atirou contra a sede do Judiciário. De forma, no mínimo, indevida, chamou um homem morto de bestão: “O bestão lá acabou se matando com fogo de artifício”.
Causando profundo constrangimento à comitiva brasileira e mesmo certo desconforto ao próprio marido, que veladamente a recriminou durante um discurso – “Eu queria dizer para vocês que essa é uma campanha em que a gente não tem que ofender ninguém, não temos que xingar ninguém” -, a primeira-dama acabou atuando não apenas como aloprada (agitada, inquieta), mas como uma explosiva militante, uma espécie de Tiü França oficial.
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Comentários (5)
Edmar Alves Predebon
18.11.2024 12:17Na minha opinião não foi dada, até agora, a devida importância e ênfase para a reprimenda pública e explícita do presidente à sua deslumbrada esposa. Este ato foi uma desautorização e um esculacho óbvio e vergonhoso para esta figurinha ridícula. Não que ele também o faça, iguais e/ou
Luiz Filho
18.11.2024 12:01Os maledicentes a chamam de “Esbanja”. O enteada vai no popular e a chama é de puta. Bem mais apropriado
Marcia Elizabeth Brunetti
18.11.2024 11:47Quanto aos artistas, espero que tenham se envergonhado ao participar desse evento promovido pela nossa chanceler, baby-sitter, primeira-ministra ou simplesmente 1ª marmita do presidente.
Marcia Elizabeth Brunetti
18.11.2024 11:42Não sei se é verdade, mas vi num canal bolsonarista que os shows foram um fracasso, com pouquíssimas pessoas assistindo. O vídeo mostrado pode ser fake, afinal nossos presidente e ex-presidente são bons na arte. Seja como for, a Janja deve estar dormindo no outro quarto. Lula ama essa mulher, mas às vezes quando bebe ela perde as estribeiras.
Annie
18.11.2024 09:53Quanta mais aloprada melhor para os ditos artistas💰💰💰💰💰