Não chamem o Janjapalooza de Janjapalooza
"Vamos ver se consegue entender a mensagem, tá?", disse Janja ao ouvir o apelido do evento prévio ao G20. Mas a brincadeira revela que todo mundo entendeu a mensagem
A primeira-dama Rosângela da Silva, mais conhecida como Janja (foto), demonstrou incômodo ao ouvir sua Aliança Global Festival Contra Fome e a Pobreza, cujos eventos chegam ao fim neste sábado, 16, ser chamada de “Janjapalooza“.
“Não, filha, é Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Vamos ver se consegue entender a mensagem, tá?”, respondeu Janja ao ouvir o apelido do evento prévio à reunião do G20 no Rio de Janeiro.
A Aliança Global Festival Contra a Fome e a Pobreza tem como objetivo, segundo o governo Lula, “angariar recursos e conhecimentos para a implementação de políticas públicas e tecnologias sociais comprovadamente eficazes para a redução da fome e da pobreza no mundo”.
Janjapalooza
O apelido foi dado para marcar mais uma incerta da primeira-dama na tentativa de alcançar alguma relevância política durante o governo do marido — no qual ela já tentou cavar um cargo sem sucesso.
É Janja quem promove o Janjapalooza. Ela também já representou o governo Lula em evento da ONU sobre mulheres, quando chamou mais atenção pelos sapatos que usava do que pelo que disse, e tentou atrair os holofotes durante a crise das enchentes no Rio Grande do Sul.
Também comentou-se, antes da eleição municipal, que a primeira-dama poderia ajudar candidaturas de mulheres do PT, mas sua participação no processo eleitoral acabou marcada pela participação em um apelativo vídeo contra o prefeito reeleito Ricardo Nunes (MDB).
Ao contrário da falecida Marisa Letícia e das ex-primeira-damas Michelle Bolsonaro e Marcela Temer, Janja não faz nenhuma questão de ser discreta — usou casaco palestino na ONU, por exemplo —, e é por isso que seu nome foi parar no título do evento prévio à reunião do G20, numa paródia do festival de música Lollapalooza.
Não diga Janjapalooza
O apelido de Janjapalooza — que, por favor, não deve ser chamado de Janjapalooza, tá? — expõe e carimba de vez na primeira-dama, mais do que qualquer outra crítica já feita sobre sua tentativa de participar do governo como se tivesse sido eleita, essa pretensão de brilhar com o voto alheio.
Talvez por isso o incômodo. O evento prévio ao G20 chama a atenção, no nome, para o combate à fome e à pobreza, bandeira com a qual Lula tenta limpar sua barra após sair da cadeia direto para o Palácio do Planalto, mas o sentimento de quem vê é que tudo nesse governo se trata de Lula e Janja.
Por enquanto, sabe-se que o Janjapalooza recebeu pelo menos 30 milhões de reais de duas estatais — as outras preferiram despistar sobre os valores. Para o azar dos organizadores, o festival ocorre na mesma semana em que foi anunciado déficit recorde das empresas públicas brasileiras.
Enfim, não chamem o Janjapalooza de Janjapalooza. É constrangedor, porque deixa claro demais que todo mundo entendeu a mensagem.
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Comentários (3)
Ana Amaral
16.11.2024 19:08O que faz a falta de estofo moral. Essa pessoa, dita primeira dama, diz mais sobre o desgoverno do marido do que qualquer outra coisa.
Paulo Pires
16.11.2024 16:31Vamos respeitar a primeira-dama! Por ora, sabe-se que "Aliança Global contra a Fome e a Pobreza" recebeu pelo menos 30 milhões de reais de duas estatais, na mesma semana em que foi anunciado déficit recorde das empresas públicas brasileiras. É muito amor & picanha no lombo dos brasileiros!!!
Andre Luis Dos Santos
16.11.2024 16:20Excelente!