Redução das ações contra corrupção no governo Lula na mira da Câmara
O volume de operações especiais da Controladoria-Geral da União (CGU) de combate à corrupção despencou no governo Lula
O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) apresentou um requerimento de informações ao ministro da Controladoria-Geral da União, Vinícius Marques de Carvalho, questionando por quais razões houve a redução do número de ações contra a corrupção ao longo do governo Lula.
Como registramos nesta quinta-feira, 31, o volume de operações especiais da Controladoria-Geral da União (CGU) de combate à corrupção despencou no governo Lula, passando de uma média de 66 operações por ano na gestão de Jair Bolsonaro (PL) para 37 em 2023 e 33 até outubro de 2024.
Esse é o menor patamar desde o segundo mandato de Dilma Rousseff (PT), quando a CGU participou de 32 operações especiais em parceria com outros órgãos como Polícia Federal, Receita Federal, Ministério Público, Tribunais de Contas e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
O recorde de operações da Controladoria-Geral da União foi registrado em 2020, com 96 operações. Em 2021, foram 64.
“Ressalta-se, que nos últimos anos, a luta contra a corrupção foi uma prioridade no Brasil, trazendo à tona casos de impunidade e práticas corruptas que comprometem o desenvolvimento social e econômico do país. No entanto, com a queda significativa nas operações da CGU, o risco de retrocesso nesse combate é iminente. A diminuição da fiscalização e da punição pode encorajar comportamentos corruptos, criando um ambiente propício para a impunidade”, afirma o parlamentar no pedido de informações.
A destruição da luta contra a corrupção no Brasil
Como Crusoé apontou na raiz, em dezembro de 2023, na matéria de capa “De volta para o passado”, o governo Lula vem protagonizando a reprise dos piores vícios das gestões petistas.
Paralelamente ao esforço do governo para beneficiar antigos aliados, como os irmãos Wesley e Joesley Batista, donos da J&F, o Poder Judiciário vem anulando as condenações da Lava Jato e beneficiando políticos e empresários que abusaram da máquina pública para promover seus próprios interesses.
Último exemplo disso foi a decisão do ministro Gilmar Mendes, do STF, que anulou todas as condenações do ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu (PT) no âmbito da Lava Jato.
Assim como Gilmar, o ministro Dias Toffoli, também do STF, anulou todos os atos da Operação Lava Jato contra Marcelo Odebrecht.
Em janeiro, a Transparência Internacional publicou seu Índice de Percepção da Corrupção (IPC) de 2023, destacando os retrocessos na luta do Brasil contra a corrupção.
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