Tarcísio de Freitas sobre Segurança Pública: ‘Só a PEC não resolve o problema’
"O assunto não pode ficar restrito à PEC, talvez a PEC sozinha, isoladamente, não tenha capacidade de resolver o problema", argumentou o governador de São Paulo
O governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas, defendeu durante a reunião do presidente Lula com os governadores nesta quinta-feira,31, que um pacote de providências seja enviado ao Congresso Nacional, com foco na resolução dos atuais problemas de segurança dos estados. Para Tarcísio, a ‘PEC da Segurança’, que trata de um sistema unificado para as forças de Segurança do Brasil, ‘não resolve’ o impasse da criminalidade.
“O assunto não pode ficar restrito à PEC, talvez a PEC sozinha, isoladamente, não tenha capacidade de resolver o problema da segurança pública que tanto nos assola. Existem outros problemas que estão conjugados, correlatos”, destacou o governador.
Tarcisio de Freitas sugeriu que a partir do encontro no Planalto se formule ‘uma série de propostas’ para enfrentar temas como o tráfico de drogas, o crime organizado que opera por meio das facções, e a reincidência no a partir de audiências de custódia.
“Uma coisa que nos preocupa muito é a transposição do ilícito nos negócios lícitos. Vou dar um exemplo. Nós temos um problema sério no setor de combustível, que é um dos setores preferidos pelo crime organizado para a lavagem do dinheiro. A profusão de postos de gasolina que estão sendo organizados pelo crime e até usinas de etanol. E aí, se não houver um trabalho conjunto, a gente não vai chegar a lugar algum”, afirmou o governador.
Sobre fronteiras, portos e aeroportos, que são alvos do tráfico internacional de drogas, Tarcísio citou a preocupação com o Porto de Santos, “que se tornou o segundo maior por exportador de drogas no mundo“.
Tarcísio acrescentou que passou a ter contato com o texto da PEC da Segurança para entender a proposta, mas entende que há “uma série de movimentos conjugados para submeter não só a PEC, mas um pacote de medidas para o Congresso Nacional, de maneira que o Congresso tenha isso como prioridade. Temos que tratar essa questão de como a gente vai encarar as organizações criminosas. […] A audiência de custódia é um ganho em muitos aspectos, mas traz muitos problemas também”, argumentou.
A reunião que ocorre agora no Palácio do Planalto teve como principal motivador a crise da Segurança Pública no Rio de Janeiro e a apresentação da proposta defendida pelo ministro Ricardo Lewandowski para a área da Segurança Pública. Diferente de outros governadores de direita, como Ronaldo Caiado (União Brasil), Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Cláudio Castro (PL), o mineiro Romeu Zema(Novo) não compareceu ao encontro.
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