Peladona no Planalto: finalmente o Brasil está progredindo
Já não queremos derrubar aviões ou presidentes. Já não queremos destruir as sedes dos três Poderes. Nem mesmo derrubar ou matar os eleitos
Uma das mais controversas situações observadas pela psicologia, sobretudo pela “análise dos sonhos”, é a nudez em público. Freud, o pai da psicanálise, defendia que os sonhos são representações dos desejos reprimidos, e que sonhar – como manifestação do inconsciente – é fundamental para a própria existência humana.
Sonhar em estar nu em público e sentir bastante vergonha da situação indicaria, segundo algumas dessas teses, insegurança, medo e fraqueza diante de algo ou alguém, ou ainda, certa falta de controle sobre a própria vida. Outra possibilidade, sempre no campo da teoria, é claro, seria algum problema de ordem sexual ou mesmo emocional.
Na Europa e nos Estados Unidos, a nudez é encarada de forma bastante diferente da nossa. Há praias e campos de nudismo espalhados por todos os lados, e mesmo em espaços públicos, como parques e praças, em dias de verão, é extremamente comum encontrar centenas de pessoas tomando banho de sol como vieram ao mundo.
Atentado aéreo
Em 29 de setembro de 1988, Raimundo Nonato Alves da Conceição, um maranhense desempregado, embarcou em Confins, região metropolitana de Belo Horizonte (MG), no voo 375 da extinta Vasp com destino ao Rio de Janeiro. Mas o conterrâneo de José Sarney, então o presidente da República, não estava muito a fim de praia, não.
Cerca de 20 minutos após a decolagem, Nonato, que embarcou portando uma pistola calibre 32, se levantou da poltrona e abriu fogo contra a porta da cabine de comando, conseguindo invadir o espaço, render os comandantes e ordenar que rumassem para Brasília (DF). Naquele tempo, a segurança em torno da aviação era muito diferente de hoje
O objetivo do doidão era derrubar a aeronave sobre o Palácio do Planalto para matar o presidente Sarney. O piloto, que tinha formação militar, efetuou manobras arriscadíssimas de voo, conseguindo derrubar o sequestrador, que logo foi dominado pelos demais tripulantes. A aeronave pousou em segurança e o terrorista foi preso.
Tentativa de Golpe
Em 8 de janeiro de 2023, uma turba de aloprados, composta por pretensos golpistas de Estado, arruaceiros desocupados e pessoas, digamos, da terceira idade, alguns cientes de seus atos e outros, completamente alheios à gravidade da situação, iniciaram um quebra-quebra pela Esplanada dos Ministérios, na capital federal.
Completamente fora de controle, a multidão invadiu as sedes dos três Poderes e depredaram o que encontraram pela frente, contando com um grau inaceitável de incompetência das forças de segurança pública do Distrito Federal, e mesmo da Presidência da República, do Congresso Nacional e do STF.
Incentivados e financiados por aliados muito próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro, inclusive empresários financiadores de sua campanha e políticos eleitos sob o manto do bolsonarismo radical, até hoje, centenas de criminosos e inocentes úteis encontram-se presos, aguardando julgamento, com possibilidade de pesadas condenações.
Nu com a mão no bolso
Pois bem. Nesta quarta-feira, 30, ainda sob ressaca pela classificação heroica do Galo para a final da Libertadores, contra o Botafogo, do Rio, em Buenos Aires, no próximo dia 30 de novembro – Felipe Moura e Alexandre Borges já estão convidados, tadinhos – me deparo com a notícia de que uma peladona invadiu o Palácio do Planalto.
Segundo reportagem de O Antagonista, por volta de 10h30, aos gritos, a moça foi contida pelos seguranças sem maiores problemas. Ela disse que queria falar com o presidente Lula. Pelada? Será que foi influência da autopropaganda de Lula, “Tenho energia de 30 (anos) e tesão de 20”, repetida diversas vezes pelo “garanhão da Janja”?
O certo é que, ao que parece, ao menos estamos progredindo como “povo se revoltando com os políticos”. Já não queremos derrubar aviões ou presidentes. Já não queremos destruir as sedes dos três Poderes. Nem mesmo derrubar ou matar os eleitos queremos mais. Agora, basta um tête-à-tête – ainda que peladões, ou peladona – que estará tudo ok.
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