O regime norte-coreano precisa de um inimigo no exterior para permanecer no poder. O ditador Kim Jong-un retrata-se constantemente como o defensor do seu país contra potências estrangeiras – contra a Coreia do Sul, com a qual o Norte está oficialmente em guerra desde a década de 1950, e contra os EUA, que é aliado de Seul. Mas, o que ele tem a ganhar com o apoio à invasão da Ucrânia?

Após o ataque à Ucrânia, o ditador no Kremlin rapidamente procurou apoiadores para compensar as perdas econômicas e pessoais da guerra. Ele encontrou um aliado na Coreia do Norte. O país isolado está próximo da Rússia e da União Soviética há décadas. Logo após o início da Guerra da Ucrânia, as primeiras caixas de projéteis de artilharia e mísseis de curto alcance foram enviadas ao Exército russo.

Essas entregas de armas para a invasão, que violam o direito internacional, atingiram um valor entre 1,7 bilhão e 5,5 bilhões de dólares desde o início da guerra, segundo estimativa de estudo da Universidade Hankuk em Seul, publicado numa publicação da Fundação Friedrich Naumann.

Como a Coreia do Norte também está enviando milhares de soldados para a Rússia para serem destacados na guerra da Ucrânia, as receitas norte-coreanas poderiam aumentar em centenas de milhões de dólares só por essa razão. Dinheiro em troca de armas e tropas – esse é o acordo óbvio que deixa Kim Jong-un satisfeito.

E Kim ficará ainda mais rico como resultado do seu acordo com Putin.

O luxo de Kim a pobreza dos norte-coreanos

Vilas, um iate de luxo de 80 metros de comprimento e uma frota de carros de luxo ocidentais já faziam parte do estilo de vida da família do ditador norte-coreano antes de se aproximarem ainda mais de Putin.

Como acontece sempre em países comunistas, o povo não se beneficia do luxo da elite dirigente. O país está indo mal economicamente. O produto interno bruto é de apenas 23 bilhões de dólares, mesmo a Ucrânia devastada pela guerra tem 178 bilhões de dólares.

Pouco antes da pandemia de Covid-19, segundo a ONU, 41% da população norte-coreana estava subnutrida, e diz-se que o encerramento das fronteiras e as más colheitas tornaram a situação ainda pior.

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