Gilmar Mendes anula condenações de Dirceu na Lava Jato Gilmar Mendes anula condenações de Dirceu na Lava Jato
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Gilmar Mendes anula condenações de Dirceu na Lava Jato

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Wilson Lima
3 minutos de leitura 29.10.2024 08:25 comentários
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Gilmar Mendes anula condenações de Dirceu na Lava Jato

Ministro estendeu decisões em que o ex-juiz Sergio Moro foi considerado suspeito por atuar em processos relacionados ao presidente Lula

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Wilson Lima
3 minutos de leitura 29.10.2024 08:25 comentários 10
Gilmar Mendes anula condenações de Dirceu na Lava Jato
Foto: Lula Marques/Liderança do PT na Câmara

O ministro do STF Gilmar Mendes anulou na segunda-feira, 28, todas as condenações do ex-ministro chefe da Casa Civil José Dirceu no âmbito da operação Lava Jato.

A informação foi publicada por Uol e confirmada por O Antagonista.

Nas manifestações, Gilmar estendeu as decisões em que o ex-juiz Sergio Moro foi considerado suspeito por atuar em processos relacionados ao presidente Lula. Assim, Dirceu se livra de suas condenações que chegaram a 23 anos de prisão por crimes como corrupção e lavagem de dinheiro. Além disso, com a decisão, Dirceu volta a ser ficha-limpa e pode se candidatar a cargos eletivos a partir de agora.

“O reconhecimento da suspeição pelo Tribunal, como foi enfatizado no julgamento, ocorreu à vista das provas trazidas pela defesa do paciente e das singularidades do caso concreto. Elas indicavam que o ex-juiz Sérgio Moro, então titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, não só cooperou com os membros da força-tarefa para esvaziar as chances de defesa do paciente, como tinha interesse pessoal na sua condenação, prisão e cassação de seus direitos políticos”, diz Gilmar na decisão.

“Essa parceria ilegal entre procuradores e juiz não se voltou contra um único réu. Embora seus esforços tenham se voltado particularmente contra a maior liderança do partido, o consórcio seguia uma cartilha mais ampla: a ideia era garantir que o juiz estivesse na dianteira de uma narrativa que culminaria na efetivação de um projeto de poder, cujo itinerário passava por deslegitimar o PT e suas principais lideranças, como José Dirceu, que, ao lado de Lula, fundou o partido em 1980”, acrescentou o magistrado no despacho.

Gilmar conclui Operação Lava Dirceu

Ao anular todas as condenações do ex-ministro de Lula na Lava Jato, o ministro Gilmar Mendes concluiu a parte judicial da Operação Lava Dirceu, expressão criada pelo senador Sergio Moro, ex-juiz da Lava Jato, para criticar a tentativa de reabilitar politicamente o petista.

A Segunda Turma do STF, da qual Gilmar faz parte, extinguiu em maio, por maioria, a pena do ex-ministro-chefe da Casa Civil em uma condenação por corrupção passiva envolvendo o recebimento de propina de uma empresa que fechou contratos com a Petrobras em 2009. A sentença era de 2016.

Dirceu havia sido condenado pela 13ª Vara Federal de Curitiba pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Foram 8 anos, 10 meses e 28 dias de prisão pelos dois crimes.

A decisão não se debruçou sobre o mérito. O STF apenas extinguiu a pena porque entendeu que houve prescrição da punibilidade. Ou seja: o prazo para punir Dirceu expirou.

Com a anulação de suas condenações, o arquiteto do mensalão e do petrolão tem ensaiado seu retorno à política, com direito a discurso no Congresso. Estrategista, dominador e com seu próprio séquito animado, José Dirceu é o homem que pode chacoalhar a hierarquia do PT, mas com zero chance de definir um rumo para a esquerda atual.

Há nove meses, Felipe Moura Brasil apontou no Papo Antagonista que Gilmar varreria tudo de Dirceu para debaixo do tapete.

Em 28 outubro de 2024, ele varreu.

Leia mais em Crusoé: Operação Lava Dirceu

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Wilson Lima

Wilson Lima é jornalista formado pela Universidade Federal do Maranhão. Trabalhou em veículos como Agência Estado, Portal iG, Congresso em Foco, Gazeta do Povo e IstoÉ. Acompanha o poder em Brasília desde 2012, tendo participado das coberturas do julgamento do mensalão, da operação Lava Jato e do impeachment de Dilma Rousseff. Em 2019, revelou a compra de lagostas por ministros do STF.

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Comentários (10)

ALOISIO DE ARAUJO PRINCE

03.11.2024 15:33

GMendes é uma desgraça para o Brasil e uma vergonha para o mundo. Lamentável que não haja nenhum jurista de estofo e coragem para criticá-lo e clamar pelo final de seu mandato de imperador da impunidade.


Paulo Pires

29.10.2024 19:23

E tudo começou com Bostanaro ao enterrar a lava-jato!!!


FABIO KAMAGIAN GOMES

29.10.2024 16:26

"Com o STF, com tudo... " Eles venceram.


Carlos Augusto Lins Brito Da Silva

29.10.2024 14:18

Eita que agora a corrupção no Brasil vem com força total. Porteira aberta. Que tristeza! Coitado do nosso Brasil.


Luis Eduardo Rezende Caracik

29.10.2024 11:17

O Presidente do STF, poderá se defender de tamanho absurdo alegando que houve prescrição da punibilidade. Se o fizer, estará tão somente reconhecendo que o STF é um órgão que se limita a seguir regras, e não um órgão protetor, interpretador da constituição e aplicador de leis. Não zela pela justiça. Deixa os prazos correrem até se chegar à prescrição, ignorando que casos momentosos como o deste picareta Dirceu requerem zelo e determinação. Aliás, zelo este e determinação que Sérgio Moro demonstrou possuir em doses necessárias a qualquer juiz, mas completamente ausentes aos atuais ministros do STF.


Emerson H de Vasconcelos

29.10.2024 11:16

Este senhor....qualquer um deles.......a palavra vergonha se envergonha, por não conseguir ser suficiente.


eduardo henrique da silva mattos

29.10.2024 10:51

Brasil se tornou sinônimo de lixo !!!!


eduardo henrique da silva mattos

29.10.2024 10:50

Vergonha !!!!!!imagina o legado desse juiz


Luis Eduardo Rezende Caracik

29.10.2024 10:45

È de se perguntar ao Presidente do STF Luis Roberto Barroso se isto é parte da re civilização do Brasil pela qual clama, ou parte da incivilidade que permeia a sociedade Brasileira de cima para baixo. Como pode permitir uma decisão deste peso por um único ministro, em um órgão colegiado? Ministro, Toffoli e Gilmar são ministros sabidamente parciais e tendentes a atender as "conveniências" políticas dos detentores do poder, sejam eles quem e o que forem. E o Senhor deveria, em função da nobreza que aparenta ter, chamar esta decisão ao plenário.


FERNANDO AZEVEDO DE ARRUDA GOMES

29.10.2024 09:43

Não há mais nenhuma dúvida da existência de um conluio entre as instituições da república e o crime organizado. O Brasil acabou e não vale nada.


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