Depois que Pablo Marçal (PRTB) se recusou a apoiar o prefeito Ricardo Nunes (MDB) no segundo turno da eleição para a Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL) aproveitou e tentou atrair os eleitores do terceiro colocado na disputa.

Boulos disse à rádio CBN nesta quinta-feira, 10, que uma parcela deles votou em Marçal por “vontade de mudança”, e não por motivos ideológicos.

“O compromisso que eu assumo com esses eleitores inclusive são compromissos de pautas. Um deles é de não governar de porta fechada em gabinete.”

Outro, segundo o candidato do PSOL, “é o tema dos esportes nas escolas, o que ele chamou de escola olímpica. Falou disso em debates. O conceito de você integrar o esporte como uma oportunidade para os jovens, para os adolescentes que estão nas escolas municipais, de ver o esporte como algo que dá um caminho para o jovem. O que estava no meu plano de governo é educação integral com cultura e esporte. É uma coisa que eu vou assumir”, garantiu Boulos.

Marçal tem certeza que Boulos vence

Na terça, 8, antes de uma palestra em Alphaville, em Barueri, Marçal afirmou em coletiva que o candidato do PSOL vencerá o segundo turno.

“O Boulos na minha visão, antes de entrar na eleição, venceria essa disputa. Agora eu tenho certeza que ele vence. Tenho certeza porque ele sabe sinalizar com [para] o povo, e o Ricardo não sabe. O Boulos e o Lula têm a língua do povo, os outros estão só brigando. O Malafaia está tão descontrolado que hoje chamou o Bolsonaro de covarde. (…) Eu não indo para lado nenhum e liberando o eleitorado, que é o que eu acho que é justo, 45% dos meus votos, certamente, o Lula vai com humildade tomar de volta. (…) Mais de 45% dos meus votos são de pessoas que não são de direita. Vocês não sabem ler as urnas. Existem seis regiões que eu conquistei com afinco onde o Lula ganhou disparado em 2022. Não tem nada a ver com direita.”

No primeiro turno foi diferente…

Se Boulos e Marçal agora fazem afagos entre si, no primeiro turno da eleição municipal eles trocaram apenas ofensas pessoais e acusações.

Marçal, que chegou a dizer que o adversário usava drogas e tentou ‘exorcizá-lo’ com uma carteira de trabalho, encerrou sua campanha apresentado um suposto receituário de internação do candidato do PSOL em decorrência do uso de cocaína.

Boulos, por sua vez, passou todo o primeiro turno chamando o candidato do PRTB de mentiroso e relembrando sua condenação por fraude, além de apontar a suposta ligação entre membros do seu partido e facções criminosas.

Leia também: Boulos “troca” invasão e carteira assinada por empreendedorismo; nada como uma eleição