OEA condena ameaças de Maduro à Embaixada da Argentina
Desde sexta-feira agentes de segurança venezuelanos estão nos arredores do edifício diplomático, que está sob custódia do Brasil
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, condenou neste domingo, 8 de setembro, as ameaças das forças de Nicolás Maduro, que fazem um cerco à Embaixada da Argentina em Caracas. Desde a noite de sexta-feira agentes de segurança venezuelanos estão nos arredores do edifício diplomático, que está sob custódia do Brasil.
“Essas ameaças e ações são completamente contrárias à lei e não são de forma alguma aceitáveis pela comunidade internacional”, afirmou Almagro no X.
Em sua mensagem, o secretário-geral da OEA citou uma publicação de Pedro Urruchurtu Noselli, chefe da campanha de María Corina Machado, que está asilado na embaixada desde 20 de março.
Urruchurtu afirmou que agentes “encapuzados e armados” dos serviços secretos e de segurança venezuelanos “cercam e sitiam a residência argentina em Caracas”.
“Há mais de 24 horas há um cerco contínuo à residência da Embaixada da Argentina em Caracas, protegida pelo Brasil. Funcionários do regime mantêm bloqueado o acesso à sede diplomática, que também está sem energia elétrica há 24 horas”, disse o opositor na publicação. Ele também compartilhou dois vídeos em que é possível ver agentes uniformizados nas imediações da sede diplomática.
O partido liderado por María Corina Machado, Vente Venezuela (VV), havia denunciado que “Maduro viola todos os acordos internacionais e ataca a dissidência política”.
“O cerco à Embaixada da Argentina demonstra o seu caráter criminoso”, afirmou a legenda nas redes sociais.
Cerco entra no segundo dia
O cerco imposto pela ditadura de Nicolás Maduro à Embaixada da Argentina em Caracas entrou no segundo dia neste domingo, 8 de setembro.
No sábado, o regime retirou de forma unilateral a custódia brasileira sobre a embaixada. Em resposta, o Itamaraty afirmou que o edifício ainda está sob proteção diplomática brasileira e que cabe à Argentina indicar um país substituto para representá-la em território venezuelano.
Seis opositores de Maduro, alvos de mandados de prisão, estão abrigados no local.
O governo argentino, comandado pelo presidente Javier Milei, rejeitou a “decisão unilateral” da Venezuela de revogar a autorização concedida ao Brasil.
“A República Argentina rejeita tal medida unilateral e adverte ao governo venezuelano que deve respeitar a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas que consagra a inviolabilidade dos locais das missões”, diz comunicado da chancelaria argentina publicado nas redes sociais.
“Qualquer tentativa de interferência ou de sequestro dos asilados que permanecem em nossa residência oficial será condenada duramente pela comunidade internacional”, acrescenta a nota.
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