Cerco à Embaixada da Argentina em Caracas entra no segundo dia
Seis opositores de Maduro, alvos de mandados de prisão, estão abrigados no local
O cerco imposto pela ditadura de Nicolás Maduro à Embaixada da Argentina em Caracas entrou no segundo dia neste domingo, 8 de setembro. Desde a noite de sexta-feira forças venezuelanas estão nos arredores do edifício diplomático, que está sob custódia do Brasil.
No sábado, o regime retirou de forma unilateral a custódia brasileira sobre a embaixada. Em resposta, o Itamaraty afirmou que o edifício ainda está sob proteção diplomática brasileira e que cabe à Argentina indicar um país substituto para representá-la em território venezuelano.
Seis opositores de Maduro, alvos de mandados de prisão, estão abrigados no local.
Pedro Urruchurtu Noselli, chefe da campanha de María Corina Machado, está asilado desde 20 de março. Ele publicou nas redes sociais fotos e vídeos de homens armados e encapuzados que fazem o cerco ao local.
Na noite de sábado, o opositor escreveu que “completam 24 horas o assédio contínuo à residência”. O abastecimento de energia também foi cortado, e o local passou a ser abastecido por um gerador.
Como mostramos, os Estados Unidos se juntaram a vários países da América Latina que condenaram a ação da ditadura de Maduro e manifestaram “apoio inabalável” ao Brasil e à Argentina.
“Expressamos nosso apoio inabalável aos governos do Brasil e da Argentina diante das ações ameaçadoras dos representantes de Maduro na Venezuela”, afirmou o embaixador americano Brian A. Nichols, secretário-adjunto de Estado para as Américas.
Ele acrescentou: “Maduro deve acabar com a sua repressão e intimidação contra o povo venezuelano”.
O governo argentino, comandado pelo presidente Javier Milei, rejeitou a “decisão unilateral” da Venezuela de revogar a autorização concedida ao Brasil.
“A República Argentina rejeita tal medida unilateral e adverte ao governo venezuelano que deve respeitar a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas que consagra a inviolabilidade dos locais das missões”, diz comunicado da chancelaria argentina publicado nas redes sociais.
“Qualquer tentativa de interferência ou de sequestro dos asilados que permanecem em nossa residência oficial será condenada duramente pela comunidade internacional”, acrescenta a nota.
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