O bilionário Elon Musk (foto) reagiu nesta quarta-feira, 4, às novas revelações da Vaza Toga, publicadas pelo jornal Folha de S.Paulo. Mensagens mostram que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes instruiu os auxiliares no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a “endurecer” com o X após a plataforma se recusar a fazer a moderação de conteúdo nos termos do magistrado. As mensagens foram trocadas em março de 2023, bem depois do fim da eleição de 2022.

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“Que canalha!”, reagiu o dono do X ao compartilhar postagem referentes às mensagens divulgadas pela Folha nesta quarta. “Ele é um criminoso fazendo cosplay de juiz”, disse Musk em outra mensagem, complementada assim: “Moraes acabará na prisão por seus muitos crimes. Esse é o seu destino”.

O dono do X também compartilhou um levantamento publicado pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) que indica que há apenas 23 senadores a favor do impeachment de Moraes, 16 contra e 42 “indefinidos”. “Ainda assim, são muitos senadores que querem que ele saia. Na próxima eleição, ele sai”, previu Musk.

Starlink

Apesar dos protestos, a Starlink, empresa de telecomunicações de Musk, anunciou na terça-feira, 3, que cumprirá a ordem de Moraes para bloquear o acesso ao X no Brasil. A companhia tinha anunciado anteriormente que não acataria a decisão de Moraes.

Em tom de protesto, a empresa abriu o comunicado em que anuncia o cumprimento da decisão, publicado no X, se dirigindo aos seus usuários: “Para nossos clientes no Brasil (que podem não conseguir ler isto devido ao bloqueio de X por Alexandre de Moraes)”.

A controversa decisão de Moraes de suspender o X foi endossada pela Primeira Turma do STF, composta por cinco ministros, em sessão do plenário virtual, sem que os debates pudessem ser acompanhados pelos brasileiros.

Comunidade científica lamenta

Os impactos do bloqueio da plataforma vão muito além de Musk. A médica Luciana Haddad, cirurgiã do departamento de transplante de fígado do HC-FMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), lamentou, entre outros, a perda de acesso à comunidade científica que levou anos para desenvolver no X.

O Antagonista vem apontando o prejuízo de 20 milhões de brasileiros impedidos de acessar suas próprias listas de contatos, construídas em até 16 anos e usadas para fins pessoais e profissionais, com o monitoramento ágil de informações que o X possibilita em tempo real.

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