Crusoé: Biden faz discurso a democratas com a energia que lhe faltou em debate
Após ser convencido a desistir da campanha, Biden passou a ser louvado pelo partido, que passou da esperança de uma derrota fragorosa para uma possível luz no fim do túnel
Só após mais de quatro minutos de aplauso de seus correligionários que Joe Biden (foto) pode começar seu discurso na convenção do Partido Democrata nesta segunda-feira, 19, em Chicago. Em quase uma hora à frente do microfone, o presidente americano fez um discurso enérgico e carismático — adjetivos que lhe faltaram no debate contra Donald Trump em 27 de junho e que lhe custou o apoio de sua candidatura.
Os democratas resolveram abrir a convenção que selará o nome de Kamala Harris como a representante democrata com uma noite de homenagens a Biden — que era o líder inconteste do partido até 50 dias atrás. Desde sua performance apática no debate contra Trump (onde ele parecia cansado e perdido ao balbuciar palavras), o político de 81 anos viveu um arco incomum. Após ser convencido a desistir da campanha, passou a ser louvado pelo próprio partido, que passou da esperança de uma derrota fragorosa para uma possível luz no fim do túnel.
Nesta segunda-feira, ele pareceu irreconhecível — de tão animado. No ambiente controlado e cercado por um discurso pronto, Biden citou Donald Trump 23 vezes, Putin em outras duas oportunidades. Defendeu que sua pupila nunca se curvaria ao ditador russo (pelo qual Trump tem admiração) e disse que não se pode amar o seu país “apenas quando ele vence”.
Mas, pisando em ovos, ele evitou inflamar a ala mais à esquerda do partido e não citou Israel em nenhum momento. Ele preferiu falar especificamente de Gaza.
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