Crusoé: Visões de Marçal para a educação começam a ficar mais claras
Ainda sem apresentar plano de governo, campanha mandou ex- secretário de alfabetização de Bolsonaro apresentar propostas à rádio paulistana
Dos oito candidatos a prefeito de São Paulo, apenas Pablo Marçal (PRTB) não apresentou até esta quinta-feira, 15, seu plano de governo à população, no momento do registro de sua candidatura. Sem apresentar propostas em debates, as visões do candidato — que tem 14% das intenções de voto, segundo o Datafolha — ficam sendo conhecidas a conta-gotas. Nesta quinta-feira, 15, uma entrevista do seu representante para a educação à CBN paulista deu dicas de como o empresário e coach deve tratar da questão.
Para a conversa, Marçal escalou Anthony Tannus Wright — que atuou durante o governo de Jair Bolsonaro na Secretaria Nacional de Alfabetização do Ministério da Educação (MEC). Desde o fim do governo, ele se dedica a um curso dedicado ao estudo do que afirmam ser as “Grandes Obras da Civilização”, com base no “Método Socrático”, além de atuar na defesa do ensino confessional católico.
Questionado se o ensino na cidade continuaria laico na cidade, em respeito às crianças vindas de famílias de outras religiões, Tannus Wright (que deu a entrevista sentado à frente de uma grande imagem de Jesus Cristo) disse o Estado ainda e laico, mas que se encaminha para um “Estado ateu”. Ele — que atuou no MEC durante quase todo o mandato de Bolsonaro — também afirmou que o papel do material didático envolve “ensinar o necessário para a criança ler, escrever e arrumar um bom emprego — e contar a história do Brasil de forma verdadeira.”
Tannus Wright em alguns pontos falou como faria se fosse secretário da Educação — neste ponto, ele disse que apresentaria “alternativas” teorias científicas no ensino das crianças. “Acho que tem que apresentar as teorias: tem de apresentar a Teoria da Evolução, e que existe também a Teoria do Design Inteligente, que é muito interessante”, disse o representante, se referindo à ideia de a vida no planeta não seria um processo de bilhões de anos, como demonstram todas as evidências científicas, mas que esta teria ocorrido graças a uma “inteligência superior”, sejam elas um Deus ou mesmo extraterrestres em um dado momento. Defendida por alguns líderes religiosos, a teoria do design inteligente é vista como anticientífica e oposta à teoria da evolução e, por não possuir nenhuma base na realidade, é repelida em ambientes escolares de todos os níveis.
Marçal declarou ser contra a escolarização e disse ser a favor de que matérias básicas do currículo brasileiro, sejam substituídas por conteúdos sobre empreendedorismo e inteligência emocional.
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