Marçal, Trump e Bolsonaro são o “novo normal” da política Marçal, Trump e Bolsonaro são o “novo normal” da política
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Marçal, Trump e Bolsonaro são o “novo normal” da política

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Ricardo Kertzman
3 minutos de leitura 09.08.2024 16:16 comentários
Análise

Marçal, Trump e Bolsonaro são o “novo normal” da política

Política é lugar para políticos, não para pulhas. Política se faz com debates e embates, não com ofensas e agressões físicas

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Ricardo Kertzman
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Marçal, Trump e Bolsonaro são o “novo normal” da política
Foto: Reprodução/X

Houve um tempo – e ao contrário da saga Star Wars, nem tão distante assim – em que a esquerda radical gritava e batia (literalmente) sozinha. Primeiro porque, de certo modo, era “feio” ser de direita. Segundo porque os brucutus vermelhos eram mais organizados, mais bem armados (paus, pedras, foices, facas e pneus queimados) e regiamente financiados, o que lhes garantia o famoso “busão + 50 real para o lanche”.

Com a explosão da internet e a onipresença das redes sociais, tudo mudou. Pensadores (e picaretas) de direita começaram a seduzir – com argumentos e contra-argumentos – zilhões de pessoas mundo afora, desamparadas e com o saco pra lá de cheio da imposição do pensamento único. Para ajudar, no caso, a direita, o insuportável politicamente correto, os desastres dos governos progressistas e a frustração geral represada atuaram como catalisadores da insatisfação política, que, infelizmente, transformou-se em ódio pela política.

Autoritários e autocratas de direita pipocaram aqui e ali, e finalmente encontraram respaldo popular e base eleitoral. Hoje, com o enfraquecimento das esquerdas e o ambiente bélico em torno do mundo político, como contraponto de seus pares progressistas, “trombam de igual para igual” – e às vezes, até com mais virulência e baixo nível. Exemplo notórios – e crassos! – não faltam. Donald Trump é, sem dúvida, o mais famoso. Por aqui, Jair Bolsonaro representa bem o padrão tupiniquim. E agora temos o tal Pablo Marçal, que prova que sim, tudo, por pior que esteja, sempre pode piorar.

Abaixo da crítica

O que este sujeito vem fazendo e falando é simplesmente inaceitável, até para os padrões atuais. Sua ficha corrida é outro sintoma dos tempos, e mais uma semelhança com os coleguinhas acima. “Ah, Ricardo, e o Boulos, e o Maduro, e o Lula?”. Bem, cada um tem seu devido espaço comigo, basta a quem tenha dúvida pesquisar. Só não costumo misturar laranjas podres em um mesmo balaio. Minha análise versa sobre o “fenômeno” da “cultura do ódio” praticada por políticos e governantes sedizentes de direita.

Se alguém falar que essa gente faz as cidades, os estados, os países e o mundo melhores, pode mandar internar no mesmo hospício em que deveriam estar os três exemplos do título. Rejeitar as esquerdas e estar cansado da empulhação progressista são uma coisa. Endossar e apoiar bárbaros e barbáries são outra. Se alguém assistiu ao debate da Band ontem, quinta-feira (8) em São Paulo, e sentiu-se contemplado por Pablo Marçal, ou se sente confortável quando Jair Bolsonaro diz preferir “Um filho morto em acidente de carro a um filho gay“, ou ainda, quando Donald Trump se refere a imigrantes (sem distinção) como animais, é porque “algo de muito errado não está certo” com essa pessoa.

Política, meus caros e minhas caras, é lugar para políticos, não para pulhas. Política se faz com debates e embates – ainda que duros -, não com ofensas e agressões físicas. O diálogo constrói, a ameaça separa e a violência destrói. Quem planta tiro, porrada e bomba na política, através do voto, irá colher sangue com a mais absoluta certeza. E nessa hora, não tem esquerda, direita ou centro. Quem perde é o conjunto da sociedade. E quem ganha, como sempre, são os embusteiros profissionais. 

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