Líderes do Senado fecharam um acordo nesta quinta-feira, 8, para que a votação do projeto de lei que libera os jogos de azar no Brasil, como bingo, jogo do bicho e cassinos só aconteça após as eleições de outubro. A proposta enfrenta resistência de integrantes da bancada evangélica e o adiamento atende ao pedido desses parlamentares.

Apesar do fim do recesso parlamentar, Senado e Câmara vão seguir com sessões reduzidas até o final do período das eleições municipais. Até lá, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), já indicou que vai priorizar a votação de matérias como a que trata sobre a dívida dos estados, da desoneração da folha de pagamentos e a PEC da Anistia aos partidos.

O texto sobre os cassinos passou pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) em junho, mas o placar apertado de 14 a 12 acendeu um alerta entre os defensores da legalização. Desde então, o senador Irajá de Abreu (PSD-TO) (foto), relator do projeto, vem negociando alguns pontos com os senadores da Casa.

Entre outros pontos, a proposta autoriza a instalação de cassinos em polos turísticos ou em complexos integrados de lazer, como hotéis de alto padrão com pelo menos 100 quartos, restaurantes, bares e locais para reuniões e eventos culturais.

O texto prevê a instalação de um cassino em cada estado e no Distrito Federal. Exceções apenas para os estados de São Paulo (três cassinos), Minas Gerais, Rio de Janeiro, Amazonas e Pará (até dois, cada um). Segundo o relator, estima-se que o mercado de jogos de azar poderia ter movimentado entre R$ 14,34 bilhões a R$ 31,5 bilhões em 2023.

Caso seja aprovado, o presidente Lula (PT) já indicou que pretende sancionar a lei, pois “pobre não vai aos cassinos”. “Eu não acredito no discurso de que se tiver cassino o pobre vai gastar com cassino. O pobre vai trabalhar no cassino e ele pode até ver a sua cidade se desenvolver. O cassino é uma coisa pra gente que tem dinheiro”, disse o petista em junho, durante entrevista à Rádio Meio FM, de Teresina, no Piauí.

Aposta de risco: O Brasil está preparado para enfrentar as consequências problemáticas da legalização dos jogos de azar?