Investidores digerem recados do Copom
Comunicado do Banco Central adotou tom mais ameno que o esperado, mas mais austero que na reunião anterior do colegiado
O mercado deve recalibrar as apostas, após o Banco Central manter inalterada a taxa básica de juros, Selic, em 10,50% ao ano, com um comunicado mais ameno que o antecipado.
A preocupação era de que o Copom (Comitê de Política Monetária) adotasse um tom mais austero em função da piora no cenário econômico, com dólar alto, deterioração da contas públicas e atividade resiliente.
Na prática, o BC conseguiu equilibrar o discurso e, embora tenha incluído todos os fatores de risco, não utilizou uma argumentação muito incisiva. A sensação nos agentes de mercado foi de que o texto ficou mais tranquilo, o que inclusive deve arrefecer as apostas em uma alta na Selic na próxima reunião, em setembro.
Além disso, a entrevista do presidente do FED (Federal Reserve), Jerome Powell, na tarde de quarta-feira, 31, após decisão sobre juros por lá, indicando um possível início do ciclo de cortes na taxa básica americana a partir de setembro também ajuda a diminuir a pressão sobre o BC no Brasil.
No campo da commodities, as preocupações com um ataque iraniano contra Israel, após o assassinato do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, ainda pesam sobre as commodities, e o petróleo inicia o dia em alta próxima a 1%, cotado, no mercado internacional, a 78,66 dólares o barril do tipo Brent. O combustível encerrou as negociações em alta de mais de 4% na sessão de quarta-feira, 31, com a notícia.
Além disso, a agenda de resultados corporativos continua com a divulgação dos balanços de Ambev, Cielo e Eztec nesta quinta-feira, 1º, que encerram o cronograma da semana. Na próxima, uma bateria de números de performance das empresas que compõem o Ibovespa com a publicação dos dados do segundo trimestre de 37 companhias, o equivalente a 45%, das 83 que compõem o grupo do principal indicador acionário do país.
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