Italiana enfrentará lutadora intersexo em boxe nas Olimpíadas
"Um homem lutar contra uma mulher me parece pouco olímpico”, afirmou o ministro de esporte italiano. "Ele dará socos nela, não vão jogar xadrez", criticou também o vice-premiê italiano
Uma luta de boxe nos Jogos Olímpicos de Paris, na França, está causando polêmica. O confronto será entre a italiana Angela Carini e a lutadora intersexo argelina Imane Khelif.
Reprovada em testes realizados pela Associação Internacional de Boxe (IBA) durante o Mundial de 2023, em razão do DNA, Khelif foi autorizada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) a participar das Olimpíadas. Além de Lin Yu-ting, outra lutadora trans, também foi admitida nas Olimpíadas.
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Khelif e Yu-Ting foram desqualificadas do Campeonato Mundial Feminino de Boxe em março de 2023 em Nova Déli, depois que uma série de testes de DNA foram solicitados em meio a preocupações sobre o sexo de alguns dos participantes.
Na época, Umar Kremlev, presidente da Associação Internacional de Boxe (IBA), afirmou que os testes provaram que os atletas — incluindo Khelif e Yu-Ting — tinham “cromossomos XY”. Ele acrescentou que eles “descobriram atletas que estavam tentando enganar seus colegas e fingir ser mulheres”.
Mas a IBA foi destituída do direito de realizar competições olímpicas de boxe em meio a preocupações com a governança e o COI diz que todos os atletas envolvidos são elegíveis para competir, com as regras atuais vistas como mais relaxadas do que as da IBA.
Autoridades italianas se manifestam
“É muito preocupante saber que duas pessoas transgênero foram admitidas nas competições de boxe feminino, homens que se identificam como mulheres e que, em competições recentes, foram excluídos. É surpreendente que não existam critérios certos, rigorosos e uniformes, e que precisamente nos Jogos Olímpicos, que simbolizam a lealdade, possam haver suspeitas de uma competição desigual e até potencialmente arriscada”, alertou Eugenia Roccella, ministra da Família da Itália.
Outro político italiano que manifestou sua preocupação com a batalha foi Andrea Abodi, ministro do Esporte, que declarou que é necessário “garantir a segurança das atletas e o respeito pela concorrência leal do ponto de vista competitivo“. “Um homem lutar contra uma mulher me parece pouco olímpico”, afirmou.
“Ele dará socos nela, não vão jogar xadrez“, criticou o vice-premiê e ministro da Infraestrutura e Transportes da Itália, Matteo Salvini.
A napolitana Angela Carini, de 25 anos, que entrará no ringue amanhã, 1 de agosto, se limitou a dizer que vai se adaptar e dará tudo de si para derrotar a oponente.
Atualização: a luta já ocorreu e a italiana abandonou o confronto com menos de um minuto.
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