Guerra em Gaza é embate entre barbárie e civilização, diz Netanyahu
Em discurso ao Congresso dos EUA, premiê de Israel agradeceu a Biden por "meio século de amizade"; alguns democratas protestaram
Em seu primeiro discurso ao Congresso dos EUA desde o ataque do Hamas, que matou cerca de 1.200 israelenses em 7 de outubro do ano passado, Benjamin Netanyahu (foto) afirmou que a guerra na faixa de Gaza, dominada pelo grupo terrorista, “não é um choque de civilizações. É um choque entre barbárie e civilização”.
“Nós nos encontramos hoje em uma encruzilhada da história. Nosso mundo está em convulsão. No Oriente Médio, os eixos de terror do Irã confrontam a América, Israel e nossos amigos árabes”, declarou o primeiro-ministro de Israel no seu primeiro pronunciamento aos legisladores americanos em quase uma década.
Netanyahu também disse que os israelenses vencerão a guerra contra o Hamas —que mantém pelo menos cerca de 100 reféns em Gaza— e comparou os ataques de 7 de outubro a Pearl Harbor e à destruição do World Trade Center, em Nova York. “Como 7 de dezembro de 1941 e 11 de setembro de 2001, 7 de outubro é um dia que viverá para sempre na infâmia”, afirmou.
“O discurso de Netanyahu surge num período crítico: os EUA estão no meio de um ano eleitoral caótico, e a administração [Joe] Biden continua a pressionar os negociadores para um acordo de cessar-fogo que poderá pôr fim à guerra em Gaza”, observa a NBC News.
Premiê rebate protestos
O premiê agradeceu a Biden pelo que chamou de “meio século de amizade” entre Israel e o atual presidente dos EUA e criticou os protestos contra seu governo, tanto do lado de fora do Capitólio, onde centenas de pessoas gritavam slogans anti-israelenses, como dentro do próprio Congresso.
O líder dos democratas no Senado, Chuck Schumer, não aplaudiu Netanyahu nem apertou a mão do primeiro-ministro de Israel. Durante o discurso, a deputada palestina-americana Rashida Tlaib, também do partido de Biden, ergueu uma placa com os dizeres “criminoso de guerra” e “culpado de genocídio”.
Em seu pronunciamento, Netanyahu rebateu: “Incrivelmente, muitos manifestantes anti-Israel, muitos optam por apoiar o mal. Eles apoiam o Hamas. Eles apoiam estupradores e assassinos”. Ele também chamou os manifestantes de “idiotas úteis do Irã”.
Ausências notáveis
Duas ausências notáveis ao evento foram Kamala Harris —que, na qualidade de vice-presidente dos EUA, também preside o Senado— e J.D. Vance, senador republicano por Ohio.
Ambos estão em plena campanha: Kamala, como a provável candidata dos democratas à Casa Branca depois que Biden desistiu de concorrer à reeleição, e Vance como candidato a vice na chapa do ex-presidente Donald Trump.
Depois de a imprensa dos EUA noticiar que Kamala havia se recusado a presidir a sessão do Senado em que Netanyahu discursaria, sua equipe alegou conflito de agendas com um evento de campanha em Indianápolis e disse que a vice se encontrará com o premiê israelense nesta quinta (25), ao lado de Biden.
O primeiro-ministro, por sua vez, tem uma reunião com Trump já agendada para esta sexta (26).
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