Crusoé: Agora todos querem ver e ler “Hillbilly Elegy” de J.D. Vance, vice de Trump
Livro de 2016 foi escrito por J.D. Vance, agora candidato a vice-presidente de Trump. Livro de memórias virou um best seller nos anos
Três dias após Donald Trump escolher J.D. Vance (foto) como seu candidato a vice-presidente, o mundo agora tenta colocar as mãos em “Hillbilly Elegy”, o livro de memórias que Vance publicou em 2016. A obra — que catapultou o então empresário para a fama — teve uma trajetória de sucesso após lançamento, chegando ao topo das listas de mais vendidos do New York Times, virando filme em 2020.
Agora o papel político do autor fez a procura pela obra disparar novamente. Nos Estados Unidos, a “memória de uma família e uma cultura em crise”, como indica o subtítulo da obra em inglês, voltou ao topo da lista de mais vendidos da Amazon. Caso mais curioso foi na China— país que Vance chamou de “a maior ameaça ao nosso país”: lá, as poucas cópias disponíveis sumiram das prateleiras quase que instantaneamente, e um livro usado agora é vendido dez vezes mais caro que no último domingo.
O livro ajuda a entender o apelo de J.D. Vance: as memórias falam da cultura da região onde ele cresceu, no estado de Ohio. No chamado “rust belt” (“cinturão da ferrugem” em tradução livre), a obra mergulha na decadência da indústria siderúrgica americana que se desenvolveu naquela região, e como a perda de empregos e renda afetou um estilo de vida baseado em valores muito próprios daquela população, chamada de “hillbily”— ou, em bom português, “caipira“.
Ela também explica a estratégia de Trump se valer de um nome jovem e que esteja ligado a estados-chave na eleição. A eleição na vizinha Pensilvânia, também no centro do Rust Belt, é um dos que podem definir a eleição. Michigan perdeu parte da população e da relevância quando as fábricas de carros saíram de Detroit e foram para o México, China e outros estados.
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