As 17 visitas de executivos da J&F a um ministério de Lula As 17 visitas de executivos da J&F a um ministério de Lula
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As 17 visitas de executivos da J&F a um ministério de Lula

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Redação O Antagonista
4 minutos de leitura 09.07.2024 13:46 comentários
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As 17 visitas de executivos da J&F a um ministério de Lula

Representantes da Âmbar Energia, do grupo dos irmãos Batista, foram recebidos 17 vezes fora da agenda oficial no Ministério de Minas e Energia antes de o governo editar medida provisória que beneficiou a empresa

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As 17 visitas de executivos da J&F a um ministério de Lula
Foto: Uarlei Valério/ MME

Executivos da Âmbar Energia, do grupo J&F, foram recebidos 17 vezes fora da agenda oficial no Ministério de Minas e Energia antes de o governo Lula editar uma medida provisória que beneficiou a empresa. A informação foi divulgada por reportagem do Estadão, por meio de resposta a um pedido via Lei de Acesso à Informação formulado pelo partido Novo.

Segundo o jornal, as reuniões com os executivos da empresa do grupo dos irmãos Wesley e Joesley Batista ocorreram entre junho de 2023 e maio deste ano e envolveram o ministro Alexandre Silveira (à direita na foto com Lula), o secretário-executivo Arthur Cerqueira, o secretário nacional de Energia Elétrica, Gentil Nogueira, e o ex-secretário-executivo Efrain Cruz.

“A última reunião foi entre o ministro Silveira e o presidente da Âmbar, Marcelo Zanatta, no dia 29 de maio, uma semana antes do texto da medida provisória sair do ministério e ir para a Casa Civil. O chefe da pasta também recebeu o executivo no dia 21 de maio. Nenhum desses encontros aparece na agenda oficial e pública de Alexandre Silveira”, diz o Estadão.

De acordo com os registros, Zanatta esteve no Ministério de Minas e Energia 13 vezes em menos de um ano. O diretor de Estratégia, Inteligência de Mercado e Regulatório da Âmbar, Cristiano Souza, visitou o local quatro vezes.

Conta de luz mais cara

O governo Lula publicou em 13 de junho uma medida provisória de socorro ao caixa da Amazonas Energia, distribuidora de energia elétrica do estado do Amazonas que há tempos tem dificuldades de caixa e está inadimplente com termelétricas fornecedoras, para cobrir os pagamentos devidos pela empresa às termelétricas recém-compradas pela Âmbar.

Os recursos do auxílio financeiro, sugerido em 7 de junho pelo ministro Alexandre Silveira, que adotou em seu ministério uma postura mais petista do que a de muitos petistas do governo, serão bancados pela conta de luz dos consumidores brasileiros.

A medida prevê que os consumidores brasileiros paguem o socorro financeiro por até 15 anos. No cálculo de operadores do mercado de energia, os custos podem variar de 2 bilhões a 2,7 bilhões reais por ano, com a possibilidade de passar de 30 bilhões de reais no final do prazo. 

Coincidência?

O Estadão lembra nesta terça-feira, 9, que, após a publicação da medida provisória, Silveira disse que o fato de a MP ter beneficiado os irmãos Batista foi “mera coincidência”. Questionado sobre o assunto em audiência na Câmara, o ministro disse o seguinte: “Eu aprendi com o ex-vice-presidente José Alencar que não importa a cor do gato, o que importa é que ele cace o rato”.

O Ministério de Minas e Energia disse ao jornal paulista que a medida provisória não foi discutida com a Âmbar, mas não informou o teor das reuniões. “É importante esclarecer ainda que o registro da entrada de pessoas nas dependências deste ministério não significa, necessariamente, que todas foram, de fato, recebidas pelas autoridades públicas, seja por falta de um agendamento prévio, seja por conflito de agendas”, alegou o ministério de Silveira.

A Âmbar também não revelou o que seus executivos foram fazer no Ministério de Minas e Energia. “São descabidas especulações a respeito da Medida Provisória 1.232 e o negócio realizado pela Âmbar. Não fazem sentido técnico e econômico, por diversos fatores. A Âmbar nunca tratou do tema com o Ministério de Minas e Energia”, disse a empresa em nota.

Fica no ar, portanto, o que os executivos da Âmbar foram fazer 17 vezes em um ministério do governo Lula. Sem detalhamento dos motivos ou registro formal das visitas, fica mais difícil acreditar em coincidências.

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