Pelo menos 40 mortos nos protestos contra o governo no Quênia
Além dos mortos, mais de 361 foram hospitalizadas com ferimentos variados, além de centenas de presos e desaparecidos.
O Quênia está vivenciando uma onda de protestos desde meados de junho, que se intensificaram drasticamente após a aprovação de um novo orçamento que contempla um aumento de impostos.
Essas manifestações têm levado a confrontos violentos entre a população e as forças de segurança, culminando em um número significativo de mortes e feridos.
De acordo com a Comissão Nacional de Direitos Humanos do Quênia (KNHRC), pelo menos 39 pessoas perderam a vida em decorrência dos confrontos, e mais de 361 foram hospitalizadas com ferimentos variados.
Além disso, o cenário de tensão se agravou com relatos de desaparecimentos e detenções em massa, incluindo 32 casos de desaparecimentos e 627 prisões.
Reação do governo aos protestos no Quênia
O presidente William Ruto, que assumiu o cargo em 2022, enfrenta grande resistência devido às políticas fiscais que impactaram diretamente o custo de vida dos quenianos.
Após os eventos violentos, sobretudo após a invasão do Parlamento em 25 de junho pela população, Ruto declarou a retirada do controverso projeto de lei do orçamento.
Inicialmente pacíficos, os protestos se intensificaram drasticamente quando os manifestantes tomaram o Parlamento após a aprovação do novo orçamento.
A resposta abrupta da polícia, que usou balas reais para dispersar a multidão, marcou um dos episódios mais sangrentos dessa série de protestos.
A KNHRC manifestou-se fortemente contra a violência, destacando que a ação policial não apenas foi desproporcional, como também violou os direitos dos cidadãos de realizar protestos pacíficos.
A violência não se limitou aos manifestantes, afetando também profissionais de saúde, advogados e jornalistas que estavam no local tentando mediar ou cobrir os eventos.
Impacto do aumento de impostos na vida dos cidadãos quenianos
O aumento de impostos implementado por Ruto desde sua posse tem sido um ponto de amarga contestação entre os quenianos.
Essas medidas fiscais têm diminuído significativamente o poder de compra da população, ampliando as disparidades sociais e econômicas e levando à situação de instabilidade atual.
O anúncio da retirada do projeto de lei foi recebido como uma vitória para os manifestantes, porém as questões de fundo permanecem sem solução.
Enquanto o governo tenta restaurar a ordem, a sociedade civil e organizações internacionais continuam a pressionar por uma abordagem que respeite os direitos humanos e que busque uma solução pacífica e duradoura para a crise econômica e social que assola o país.
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