Apple e Foxconn discriminam mulheres casadas em fábrica na Índia Apple e Foxconn discriminam mulheres casadas em fábrica na Índia
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Apple e Foxconn discriminam mulheres casadas em fábrica na Índia

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Alexandre Borges
4 minutos de leitura 25.06.2024 09:52 comentários
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Apple e Foxconn discriminam mulheres casadas em fábrica na Índia

A principal fornecedora da Apple, Foxconn, tem rejeitado sistematicamente mulheres casadas para vagas de trabalho em sua fábrica de iPhones na Índia, revelam investigações

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Apple e Foxconn discriminam mulheres casadas em fábrica na Índia
Foto: Reprodução

A Foxconn, principal fornecedora da Apple, tem discriminado mulheres casadas em suas contratações, segundo matéria da agência Reuters. As irmãs Parvathi e Janaki foram rejeitadas em março de 2023, após um segurança perguntar se elas eram casadas. “Não conseguimos os empregos porque somos casadas”, disse Parvathi em entrevista.

Essa política de discriminação na fábrica de Sriperumbudur, perto de Chennai, foi confirmada por diversos funcionários e ex-executivos da Foxconn. Segundo eles, a empresa acredita que mulheres casadas têm mais responsabilidades familiares e, portanto, apresentam maior risco de ausência no trabalho. Além disso, a empresa teme que os adornos metálicos usados por mulheres casadas, como anéis e colares, interfiram na produção.

Apesar da Apple e a Foxconn terem admitido lapsos em suas práticas de contratação em 2022 e prometido mudanças, as práticas discriminatórias persistiram em 2023 e 2024. Ambas as empresas afirmam proibir discriminação baseada em estado civil em suas políticas, mas as investigações mostraram que a realidade nas fábricas é diferente.

Essa revelação coloca em xeque a imagem “progressista” que a Apple tenta passar para seus consumidores ocidentais. Enquanto a empresa promove discursos de “inclusão e diversidade” no Ocidente, suas práticas no Oriente mostram uma realidade bem diferente, com discriminação e violação de direitos básicos de trabalhadoras.

Apple e Foxconn são acusadas de hipocrisia por não seguirem o princípio de “colocar o dinheiro onde o discurso está” — mostrar por ações, e não apenas por palavras, que realmente apoiam ou acreditam em algo.

O que é Capitalismo Woke

O termo “capitalismo woke” se refere à prática de empresas adotarem posições sociopolíticas autodeclaradas progressistas, identitárias ou “woke”, muitas vezes relacionadas a questões de justiça social e causas ativistas, como mudanças climáticas, justiça racial, direitos LGBTQ+, controle de armas e igualdade de gênero.

Esse fenômeno ganhou destaque nos últimos anos, com empresas se posicionando publicamente sobre questões sociopolíticas, um comportamento conhecido como ativismo sociopolítico corporativo (CSA, na sigla em inglês).

O conceito de capitalismo woke foi cunhado pelo colunista Ross Douthat em seu artigo “The Rise of Woke Capital”, publicado no The New York Times em 2018. Ele descreve essa prática como uma estratégia de marketing e estrutura corporativa que busca se alinhar com causas de justiça social e ativismo, muitas vezes para atrair consumidores que valorizam essas questões.

Empresas engajadas em CSA geralmente têm dois principais objetivos: apelar para ideais baseados em propósitos políticos e alinhar-se com as preferências dos consumidores que fazem escolhas morais ao comprar. Um estudo recente revelou que 64% dos consumidores globais escolhem ou boicotam uma marca com base em suas posições políticas.

Recentemente, a Apple lançou sua Coleção Pride 2024, que inclui uma pulseira para Apple Watch, um mostrador de relógio e papéis de parede para iPhone e iPad, todos personalizados para representar a comunidade LGBTQ+. Segundo a Apple, essa coleção demonstra o compromisso contínuo da empresa em apoiar organizações de defesa dos direitos LGBTQ+, incluindo a ILGA World e a Human Rights Campaign. O CEO da Apple, Tim Cook, é abertamente gay.

No entanto, o capitalismo woke enfrenta críticas e preocupações. Muitos argumentam que, embora as empresas demonstrem publicamente apoio a causas “progressistas”, essas ações são frequentemente vistas como mentirosas e hipócritas. O termo “woke-washing” foi usado para descrever empresas que se apropriam da linguagem do ativismo social de esquerda em seu marketing, sem fazer mudanças substanciais ou ações concretas para apoiar as causas que dizem promover.

IBM processada por políticas “woke” que discriminam funcionários (oantagonista.com.br)

Médico que denunciou transições de gênero ilegais em crianças pode pegar 10 anos de prisão (oantagonista.com.br)

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