IBM processada por políticas “woke” que discriminam funcionários
Missouri acusa gigante da tecnologia de impor quotas de raça e gênero em práticas de contratação e promoção
O estado do Missouri, através do seu procurador-geral Andrew Bailey, entrou com uma ação judicial contra a tradicional gigante da tecnologia IBM, acusando a empresa de adotar práticas discriminatórias em suas políticas de contratação e promoção. A ação alega que a IBM utiliza quotas baseadas em raça e gênero, o que violaria a Lei de Direitos Humanos do Missouri.
“Chegou ao meu conhecimento que a IBM adotou uma política ilegal que favorece descaradamente candidatos de certos gêneros ou cores de pele em detrimento de outros. Gerentes que se recusam a cumprir essa política enfrentam punições, incluindo demissão. A discriminação no local de trabalho viola tanto as leis estaduais quanto federais, por isso estou entrando com esta ação”, declarou Bailey.
Segundo a denúncia, a IBM emprega um “coeficiente de diversidade” para garantir a obtenção anual de quotas específicas de contratação com base em raça, cor, origem nacional, sexo ou ancestralidade. Executivos que atendem a essas quotas recebem bônus, enquanto aqueles que não cumprem podem sofrer perda de parte do bônus ou até mesmo do emprego.
A IBM negou veementemente as acusações, afirmando em comunicado que “a IBM não utiliza quotas e nunca utilizou, e qualquer sugestão contrária é falsa”. A ação judicial busca impedir permanentemente a IBM e todos os seus funcionários, diretores e agentes de utilizar o método.
A empresa, fundada há mais de 100 anos e sediada em Nova York, empregava cerca de 282 mil pessoas em 2023. A ação destaca que a política de quotas pode resultar em menos oportunidades para grupos não considerados “minorias sub-representadas” pela IBM, criando um ambiente de contratação de “soma zero” onde os benefícios para alguns são obtidos à custa de outros, citando a recente decisão da Suprema Corte no caso Students for Fair Admission v. Harvard.
A ação do Missouri contra a IBM é um novo capítulo no debate nacional sobre políticas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) nas grandes corporações, especialmente após a decisão da Suprema Corte que proibiu práticas discriminatórias em admissões educacionais, o que tem potencial de afetar também as políticas corporativas.
Nos últimos anos, diversas empresas têm enfrentado escrutínio sobre suas políticas radicais “woke”. A decisão da Suprema Corte no caso Students for Fair Admission v. Harvard trouxe um novo enfoque legal sobre o uso de critérios de raça e gênero em processos de admissão e contratação, impactando diretamente as práticas de DEI em empresas de todos os setores.
Entenda o caso Students for Fair Admissions v. Harvard
O caso envolve a organização Students for Fair Admissions (SFFA), que acusou a Universidade de Harvard de discriminar candidatos asiáticos ao usar critérios raciais em suas admissões.
A SFFA alegou que Harvard limitava o número de estudantes asiático-americanos admitidos, aplicando um “teto racial” e usando a raça como um fator predominante nas decisões de admissão, violando o Título VI da Lei dos Direitos Civis de 1964.
Harvard defendeu suas práticas, argumentando que considerava a raça de maneira limitada e legal, como um dos muitos fatores holísticos em suas admissões, para promover a diversidade racial, considerada um interesse educacional legítimo.
Em 2019, o Tribunal Distrital de Massachusetts decidiu a favor de Harvard, concluindo que a universidade não discriminava intencionalmente candidatos asiático-americanos. Esta decisão foi mantida pelo Primeiro Circuito de Apelações dos EUA em 2020.
No entanto, em 29 de junho de 2023, a Suprema Corte reverteu as decisões anteriores, decidindo por 6 votos a 3 que os programas de admissão de Harvard e da Universidade da Carolina do Norte violavam a Cláusula de Proteção Igualitária. A Corte determinou que as universidades não podem mais considerar a raça como um fator nas decisões de admissão.
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