Haddad: “O Brasil é uma encrenca, um negócio difícil de administrar”
Ministro da Fazenda cita momento "duro" e critica decisões de políticos e empresários que não estão “pensando no país”
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (foto), afirmou neste sábado, 15, que o Brasil é uma “encrenca” e criticou decisões de políticos e empresários que não estão “pensando no país”.
“O Brasil é uma encrenca, né? É um negócio difícil de administrar”, disse o ministro em evento promovido pelo ex-banqueiro Eduardo Moreira, criador do Instituto Conhecimento Liberta (ICL).
“Às vezes, quem está numa posição de poder não está fazendo a coisa certa pelo país. Isso é a coisa mais triste da vida pública. Você tem país de ouro, povo de ouro, uma coisa maravilhosa, mas vê que quem pode fazer a diferença nem sempre está pensando em interesse público”, acrescentou Haddad.
O ministro da Fazenda, que nesta semana saiu desgastado do episódio de devolução da MP (Medida Provisória) 1227, que previa a limitação da utilização de créditos tributários do PIS/Cofins, citou o momento “duro”.
“Eu gosto da hora dura, sabia? A hora dura depura. Muitas vezes, você começa a perder a noção de quem gosta de você e de quem está te bajulando. E na hora dura só aparece quem gosta de você, só aparece o teu amigo de fé.”
Na quinta-feira, diante da percepção de deterioração da situação fiscal do país, Haddad e a ministra do Planejamento, Simone Tebet, defenderam uma agenda de revisão nos gastos do governo.
O estresse no setor econômico foi inaugurado com a publicação da MP que previa a limitação da utilização de créditos de PIS e Cofins para compensar a desoneração da folha de pagamentos.
A proposta foi mal recebida pelo setor produtivo e terminou por ser devolvida ao Executivo pelo presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco.
Diversos setores da economia passaram a criticar o governo por causa da edição da medida provisória. Na semana passada, o presidente da CNI, Ricardo Alban, interrompeu a participação na comitiva oficial do governo brasileiro em visita à Arábia Saudita e China, chefiada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).
Já a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) disse que a busca por mais arrecadação para conter o desequilíbrio fiscal não é a melhor saída para o país.
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