A Europa "empoderou" 3 mulheres. E elas não são de esquerda A Europa "empoderou" 3 mulheres. E elas não são de esquerda
O Antagonista

A Europa “empoderou” 3 mulheres. E elas não são de esquerda

avatar
Redação O Antagonista
5 minutos de leitura 10.06.2024 11:33 comentários
Mundo

A Europa “empoderou” 3 mulheres. E elas não são de esquerda

Ursula von der Leyen, a presidente da Comissão Europeia, Giorgia Meloni, a primeira-ministra de Itália, e Marine Le Pen, líder populista francesa tornaram-se as figuras centrais da política europeia

avatar
Redação O Antagonista
5 minutos de leitura 10.06.2024 11:33 comentários 0
A Europa “empoderou” 3 mulheres. E elas não são de esquerda
Reprodução/Instagram

Num mundo perigoso, a confortável e velha Europa encontra-se numa posição alarmante. Na Ucrânia, a guerra mais sangrenta do continente desde 1945 continua, enquanto a Rússia representa uma ameaça desde os países bálticos até ao ciberespaço. Se Donald Trump regressar à Casa Branca, poderá minar a Otan, a base da segurança europeia. A economia do continente é vulnerável aos choques causados pela política industrial e pelo protecionismo noutros locais. Os populistas eurocéticos estão em alta nas sondagens.

Para enfrentar estes perigos, a Europa precisa, no mínimo, de uma liderança coerente na UE. Também precisa manter os extremistas fora do poder. O sucesso depende, em parte, das escolhas de três mulheres: Ursula von der Leyen, a presidente da Comissão Europeia, Giorgia Meloni, a primeira-ministra de Itália, e Marine Le Pen, a principal populista francesa.

Ursula von der Leyen

Ursula von der Leyen lidera o braço executivo da UE desde 2019 e se candidata em 2024 a um segundo mandato.

Ela orientou a forte resposta coletiva da UE à agressão de Vladimir Putin e está ajudando a aprofundar a integração europeia num momento crucial promovendo, por exemplo, um programa inovador para emitir dívida comum.

Conservadora alemã prudente, ela também colocou a Comissão Europeia no centro da tomada de decisões quando as relações franco-alemãs se revelaram delicadas.

Em teoria, ela desfruta do apoio dos grupos conservadores, liberais e socialistas que formam o establishment político. Mas porque a política se tornou tão fragmentada, a sua vitória ainda não está garantida. É concebível que não seja encontrada nenhuma maioria parlamentar para a von der Leyen ou qualquer outro candidato à presidência da comissão. Isso desencadearia uma crise constitucional no pior momento, quando a Ucrânia está em apuros e uma possível presidência de Trump se aproxima.

Após o resultado das eleições europeias, a negociação poderá arrastar-se durante meses e testará a habilidade de von der Leyen.

Giorgia Meloni

Meloni é primeira-ministra da Itália desde 2022 e líder do partido de direita, Fratelli d´Italaia, que deixou de ser uma força insurgente para governar o país. Ela teve um excelente desempenho das eleições da UE.

Com o seu apoio, von der Leyen poderá ter mais possibilidade de obter uma maioria parlamentar para um segundo mandato no cargo mais importante da UE. A ideia, porém, de acordo com o partido de Meloni provocou indignação em figuras do establishment, incluindo alguns do Partido Social Democrata, no poder, na Alemanha, e do partido de Emmanuel Macron, na França. Para eles, a Sra. Meloni está além dos limites razoáveis.

A despeito de algumas posições políticas questionáveis o histórico de Meloni não é propriamente a de um incendiário político. Ela fez causa comum com von der Leyen em questões como a imigração ilegal; as duas fizeram visitas conjuntas aos países do norte de África, estabelecendo acordos com autocratas para conter o fluxo.

Ela tem sido uma forte apoiadora da Ucrânia, ao contrário de alguns dos seus colegas da direita populista. O seu partido trava guerras culturais em casa, mas no que diz respeito à segurança e à economia ela tem governado a Itália como uma pragmática. Portanto, não parece fazer muito sentido excluí-la da corrente política dominante sob a rotulação pejorativa e reducionista de “extrema direita”.

Além disso, chegar a um acordo com ela poderia ter uma vantagem adicional: dividir a direita populista entre os seus elementos mais moderados e extremistas.

Marine Le Pen

O partido de Le Pen, o Rassemblement Nacional (RN), teve um bom desempenho nas eleições europeias. Le Pen tentou mostrar-se um pouco mais moderada, afastando-se, por exemplo do partido de extrema direita da Alemanha AfD, mas ela é de fato, é uma figura mais controversa e incendiária sobre a qual pesa uma longa história de xenofobia e de bajulação da Rússia.

Seu objetivo é criar um megagrupo de nacionalistas que possa puxar fortemente a Europa para a direita.

O peso de Meloni

Para fazer isso, ela quer trazer para perto de si Meloni, que, pelo que se vê, acaba pesando como o fiel da balança. Meloni mais perto de von der Leyen pode significar um parlamento europeu mais moderado; Meloni mais perto de Le Pen pode significar um parlamento europeu mais radicalizado à direita.

A questão já não é se os populistas podem ser contidos. É como responder à sua ascensão. Meloni está mantendo suas cartas fechadas. Se ela não ver nada a ganhar trabalhando com o centro, poderá sentir-se tentada a trabalhar com Le Pen. Essa é uma escolha que pode desestabilizar a UE e ajudar a criar um movimento de extrema-direita unido e pan-continental.

Enquanto caminha na corda bamba entre as forças do centro e da extrema-direita, o próximo passo de Meloni poderá ter consequências profundas para o futuro caminho político da Europa.

  • Mais lidas
  • Mais comentadas
  • Últimas notícias
1

O suposto receituário de Boulos e o 'limite' de Marçal

Visualizar notícia
2

As pérolas dos últimos debates do 1º turno

Visualizar notícia
3

Em Limeira, candidato do MDB tem assessor preso por tráfico de drogas durante debate

Visualizar notícia
4

FPE: Governo tem ânsia em arrecadar, mas não reduz despesas

Visualizar notícia
5

Girão quer ouvir Deolane na CPI das Apostas

Visualizar notícia
6

Dono da clínica citada por Marçal contra Boulos foi condenado por falsificação

Visualizar notícia
7

X rebate Moraes sobre depósito em conta bancária

Visualizar notícia
1

‘Queimadas do amor’: Toffoli é internado com inflamação no pulmão

Visualizar notícia
2

Sim, Dino assumiu a presidência

Visualizar notícia
3

O pedido de desculpas de Pablo Marçal a Tabata Amaral

Visualizar notícia
4

"Só falta ocuparem nossos gabinetes", diz senador sobre ministros do Supremo

Visualizar notícia
5

Explosões em dispositivos eletrônicos ferem mais de 2.500 no Líbano

Visualizar notícia
6

Datena a Marçal: “Eu não bato em covarde duas vezes”; haja testosterona

Visualizar notícia
7

Governo prepara anúncio de medidas para conter queimadas

Visualizar notícia
8

Crusoé: Missão da ONU conclui que Maduro adotou repressão "sem precedentes"

Visualizar notícia
9

Cadeirada de Datena representa ápice da baixaria nos debates em São Paulo

Visualizar notícia
10

Deputado apresenta PL Pablo Marçal, para conter agressões em debates

Visualizar notícia
1

O suposto receituário de Boulos e o 'limite' de Marçal

Visualizar notícia
2

FPE: Governo tem ânsia em arrecadar, mas não reduz despesas

Visualizar notícia
3

Girão quer ouvir Deolane na CPI das Apostas

Visualizar notícia
4

As pérolas dos últimos debates do 1º turno

Visualizar notícia
5

Em Limeira, candidato do MDB tem assessor preso por tráfico de drogas durante debate

Visualizar notícia
6

Sai Valdemar entra Eduardo: PL pode mudar de comando

Visualizar notícia
7

Crusoé: Assaltantes levam carro do GSI durante vistoria onde Lula vota

Visualizar notícia
8

Papo Antagonista: Às vésperas da eleição

Visualizar notícia
9

Ainda não foi desta vez que Xandão liberou o X

Visualizar notícia
10

Crusoé: Bolsonaro chamou Caiado de "covarde" ou não?

Visualizar notícia

Assine nossa newsletter

Inscreva-se e receba o conteúdo do O Antagonista em primeira mão!

Tags relacionadas

Giorgia Meloni Marine Le Pen Parlamento Europeu Ursula von der Leyen
< Notícia Anterior

Isenção de Imposto para militares: doenças graves ajudam a economizar

10.06.2024 00:00 4 minutos de leitura
Próxima notícia >

5 dicas para você se sair bem em concurso público; confira

10.06.2024 00:00 4 minutos de leitura
avatar

Redação O Antagonista

O Antagonista é um dos principais sites jornalísticos de informação e análise sobre política do Brasil. Sua equipe é composta por jornalistas profissionais, empenhados na divulgação de fatos de interesse público devidamente verificados e no combate às fake news.

Suas redes

Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

Comentários (0)

Torne-se um assinante para comentar

Notícias relacionadas

Furacão Helene: Mais de 200 mortes nos EUA

Furacão Helene: Mais de 200 mortes nos EUA

Visualizar notícia
Relato de Justin Litovsky sobre festa de Sean Diddy Combs

Relato de Justin Litovsky sobre festa de Sean Diddy Combs

Visualizar notícia
Meta anuncia IA para criação de vídeos realistas

Meta anuncia IA para criação de vídeos realistas

Visualizar notícia
Crusoé: Procuradoria acusa Evo Morales de tráfico de pessoas

Crusoé: Procuradoria acusa Evo Morales de tráfico de pessoas

Visualizar notícia
Icone casa

Seja nosso assinante

E tenha acesso exclusivo aos nossos conteúdos

Apoie o jornalismo independente. Assine O Antagonista e a Revista Crusoé.