Barroso apoia gasto de Toffoli com segurança na final da Champions
STF gastou 39 mil reais com as diárias internacionais de um segurança designado para acompanhar Toffoli na viagem à Inglaterra
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, tentou justificar, nesta quinta, 6 de junho, os gastos públicos do colega Dias Toffoli na viagem a Londres para ver a final da Champions League, maior campeonato de clubes de futebol da Europa, no início da semana.
O STF gastou 39 mil reais com as diárias internacionais de um segurança designado para acompanhar Toffoli na viagem à Inglaterra, que durou entre 25 de maio e 3 de junho e incluiu a ida à final da Champions League com empresário patrocinador de fórum jurídico em Londres.
“Até pouco tempo atrás, os ministros do Supremo Tribunal Federal circulavam em agendas pessoais e até institucionais inteiramente sós. Infelizmente, nos últimos anos, fomentou-se um tipo de agressividade e de hostilidade que passaram a exigir o reforço da segurança em todas as situações”, disse Barroso em nota divulgada nesta quinta.
“As autoridades públicas de todos os Poderes circulam com esse tipo de proteção seja em eventos privados, seja em eventos públicos. Porque, evidentemente, a agressão ou o atentado contra uma autoridade, em agenda particular ou não, é gravosa para a institucionalidade do país”, acrescentou.
Segundo a Folha de S. Paulo, que revelou o caso o STF não quis confirmar a viagem do magistrado, mas as informações sobre o pagamento das diárias ao segurança estão no Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira).
Toffoli, que mais uma vez não teve a agenda no exterior divulgada, participou remotamente da sessão de 29 de maio.
A Corte, por sua vez, passou o pano, dizendo que “nenhuma viagem reduz o ritmo de trabalho e os estudos por parte do ministro, que segue trabalhando em seus votos, em suas decisões e participando das sessões colegiadas”.
Toffoli na final da Champions
O ministro Dias Toffoli, do STF, assistiu à final da Uefa Champions League entre Real Madrid e Borussia Dortmund, no estádio de Wembley, em Londres, no sábado, 1º.
O magistrado, segundo O Globo, era um dos convidados do camarote comprado pelo empresário Alberto Leite, dono da FS Security. A empresa foi uma das patrocinadoras do 1º Fórum Jurídico Brasil de Ideias, realizado em Londres, no fim de abril, do qual participaram Toffoli, Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes.
Ao jornal, o ministro do STF afirmou que as despesas da viagem foram pagas com recursos próprios. Ele, contudo, não informou que pagou a segurança.
Toffoli reclama da vigilância
Em maio, Dias Toffoli reclamou da vigilância da imprensa sobre as viagens sem prestação de contas dos ministros do STF à Europa. À Folha, o magistrado, que na ocasião estava em Madri, na Espanha, participando de mais um evento jurídico, afirmou que as matérias publicadas são “absolutamente inadequadas, incorretas e injustas”.
O ministro Dias Toffoli, do STF, nunca gostou de ser vigiado.
Em sua sabatina no Senado Federal em 2009, o então postulante ao cargo de ministro do STF afirmou que sua ligação com o PT “é uma página virada da história” e que no Supremo passaria a agir como “juiz da Nação”.
Em 2015, sobre quem acha que ele tem uma dívida com o PT por ter sido nomeado por Lula para a Corte, Toffoli disse à Veja que “é só um ignorante, um imbecil, um burro, um néscio para pensar dessa forma”.
Em 12 de abril de 2019, Toffoli enviou a seu colega Alexandre de Moraes uma mensagem, requerendo – “diante das mentiras e ataques” que ele genericamente alegava existirem em matéria da Crusoé, repercutida em O Antagonista – “a devida apuração das mentiras recém-divulgadas por pessoas e sites ignóbeis que querem atingir as instituições brasileiras”.
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