Presidente da frente do agronegócio critica arroz com rótulo do governo
O deputado Pedro Lupion (PP-PR) classificou a decisão do governo Lula de importar 1 milhão de toneladas de arroz para vender diretamente nos mercados como “abuso de poder político”
O presidente da Frente Parlamentar do Agronegócio, o deputado Pedro Lupion (PP-PR), classificou a decisão do governo Lula (PT) de importar 1 milhão de toneladas de arroz para vender diretamente nos mercados como “abuso de poder político”.
“Vender arroz com a marca do governo federal é abuso de poder político”, disse o parlamentar ao Estadão.
Para Lupion, a iniciativa é uma ação de propaganda do governo que mira a eleição.
“Vai prejudicar os agricultores de arroz do Rio Grande do Sul que não perderam tudo na inundação”, acrescentou.
A opinião do presidente da Frente Parlamentar do Agronegócio é compartilhada pela senadora Tereza Cristina (PP-MS), ex-ministra da Agricultura.
“Foi um anúncio precipitado. A safra de arroz do Rio Grande do Sul já foi colhida, o governo criou pânico sem necessidade”, afirmou.
O arroz estatal de Lula
Sob a desculpa de impedir a inflação nos preços do arroz em função das enchentes que destruíram o Rio Grande do Sul, o governo Lula, por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), planeja gastar 7,2 bilhões de reais do Orçamento para comprar arroz importado e vender diretamente em “supermercados, hipermercados, atacarejos e outros estabelecimentos comerciais”.
Ao preço tabelado de 8 reais por quilo, os pacotes de arroz vão trazer um logotipo estatal (da Conab) e os dizeres “arroz adquirido pelo governo federal”.
O objetivo, segundo o governo, é evitar que haja uma disparada nos preços, tendo em vista a calamidade no Rio Grande do Sul.
O estado responde por 70% da produção nacional do alimento.
Produtores de arroz brasileiros reclamaram, pois o produto nacional (que já teve 85% da safra colhida) vai concorrer com o importado, com preço subsidiado.
Como mostrou Crusoé, o modelo é idêntico ao venezuelano, aplicado por Hugo Chávez e por Nicolás Maduro. O resultado por lá é bem conhecido: a destruição total dos produtores privados.
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