PF pede abertura de novos inquéritos sobre irmãos Brazão
Possíveis crimes são desdobramentos do caso Marielle, mas não têm relação com o assassinato da ex-vereadora
A Polícia Federal (PF) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de quatro inquéritos para investigar Domingos (foto) e Chiquinho Brazão em desdobramento da operação que prendeu os irmãos como suspeitos de orquestrar o assassinato da ex-vereadora carioca Marielle Franco.
A informação é do Globo, publicada nesta quinta-feira, 23 de maio.
Os novos inquéritos atingem também o ex-chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa, outro apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como mandante do assassinato de Marielle,
Sem nenhuma relação com o assassinato da vereadora, os possíveis crimes que a PF pretende investigar estão relacionados a lavagem de dinheiro no império imobiliário dos Brazãos.
Os inquéritos também envolvem crimes contra a administração pública, assim como a posse ilegal de arma por um assessor de Domingos.
PGR denuncia Brazãos pelo assassinato de Marielle
A Procuradoria-Geral da República (PGR) ofereceu denúncia contra os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa pelos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018.
Acusados de serem os mandantes do crime, eles estão presos desde 24 de março.
Segundo a TV Globo, a denúncia foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na terça-feira, 7.
Além deles, outras duas pessoas foram denunciadas pela PGR por envolvimento no crime. São eles: Robson Calixto da Fonseca, o Peixe, assessor de Domingos Brazão, e o policial militar Ronald Alves de Paula, o Major Ronald, apontado como ex-chefe da milícia da Muzema, na zona oeste do Rio de Janeiro.
Ambos foram alvos de mandados de prisão preventiva nesta quinta, 9.
A denúncia
A PGR defende que os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa sejam processados e condenados pelos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes.
No documento encaminhado ao Supremo Tribunal Federal, eles foram denunciados como mandantes dos homicídios. Os irmãos Brazão também foram denunciados por integrar uma organização criminosa.
A prisão dos irmãos Brazão
Operação conjunta da Procuradoria-Geral da República, do Ministério Público do Rio de Janeiro e da Polícia Federal prendeu em 24 de março três suspeitos de serem os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018.
Além de Domingos Brazão, foram detidos o deputado federal Chiquinho Brazão (RJ), seu irmão, e Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do Rio.
Impunidade
Domingos Brazão havia sido preso pela Lava Jato cerca de um ano antes, em 29 de março de 2017, durante a Operação Quinto do Ouro, desdobramento da força-tarefa anticorrupção no Rio de Janeiro.
Vereador, deputado estadual por cinco mandatos consecutivos (1999-2015) e conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) eleito em 2015 pela maioria dos pares na Assembleia Legislativa fluminense (Alerj), ele foi alvo de mandado de prisão temporária, junto a quatro outros conselheiros, no âmbito de investigação de fraude e corrupção no tribunal. A operação teve como base a delação premiada de Jonas Lopes, ex-presidente do TCE, e também atingiu o ex-governador Sérgio Cabral e o ex-presidente da Alerj Jorge Picciani.
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