Opositor critica Netanyahu, mas repudia pedido de prisão e comparação com Hamas
Lapid também condenou o Ministério das Comunicações de Israel por confiscar equipamentos da AP supostamente usados para fornecer imagens a Al Jazeera
O líder da oposição a Benjamin Netanyahu em Israel, Yair Lapid, repudiou o pedido de prisão do primeiro-ministro israelense e de seu ministro da Defesa, Yoav Gallant, feito ao Tribunal Penal Internacional pelo procurador britânico Karim Khan.
Na rede social X, antigo Twitter, o opositor afirmou não poder aceitar a “comparação ultrajante” entre os líderes de Israel e do Hamas, chamando os mandados de prisão do TPI de “completo fracasso moral”.
“Os mandados de detenção do TPI são um completo fracasso moral, não podemos aceitar a comparação ultrajante entre Netanyahu e Sinwar, entre os líderes de Israel e os líderes do Hamas.”
Lapid não alivia críticas a Netanyahu
Embora condene o pedido de prisão realizado pelo procurador britânico no TPI, Yair Lapid não poupou Netanyahu e seu governo de críticas pela gestão do enfrentamento ao ataque terrorista promovido pelo Hamas, em 7 de outubro de 2023.
“O Estado de Israel não pode se dar ao luxo de dar a Netanyahu o assento de verão, o que lhe permitiria alcançar o assento de inverno. Você pode imaginar que ele ainda será o primeiro-ministro no dia 7 de outubro? É um pensamento assustador”, escreveu.
Lapid também disparou contra Benny Gantz, que ameaçou deixar o gabinete de guerra se um “plano de ação” estratégico para o futuro da Faixa de Gaza não for adotado.
“Benny Gantz fez uma pergunta no sábado à noite e recebeu uma resposta clara e incisiva. Ele precisa deixar o governo hoje, caso contrário será totalmente cúmplice do seu fracasso.
Gantz não pode esperar três semanas. Está nos queimando durante toda a sessão de verão. Precisamos deste tempo para fazer um esforço supremo para derrubar este terrível governo o mais rapidamente possível.”
“Ato de loucura”
Lapid também criticou nesta terça-feira, 21, o ministro das Comunicações de Israel, Shlomo Karhi, após autoridades israelenses confiscarem, segundo a Associated Press, uma câmera e equipamento de transmissão pertencentes à agência de notícias americana por supostamente violar a nova lei de mídia do país ao fornecer imagens à Al Jazeera.
“O confisco do equipamento da AP, a maior agência de notícias do mundo, pelos homens de Shlomo Karhi, é um ato de loucura. Isto não é a Al Jazeera, é um meio de comunicação americano que ganhou 53 prêmios Pulitzer. Este governo se comporta como se tivesse decidido garantir a todo o custo que Israel será condenado ao ostracismo em todo o mundo. Eles enlouqueceram”, escreveu Lapid no X.
Ministro das Comunicações rebate Lapid
Em resposta a Lapid, Karhi afirmou que seus homens são “dedicados profissionais” que defendem a lei.
“Honorável líder da oposição, os ‘homens de Shlomo Karhi’ são os dedicados profissionais do Ministério das Comunicações que defendem as disposições da lei e as decisões do governo.
A propósito, mesmo que você decida se tornar freelancer de um canal terrorista que coloca nossos combatentes em perigo e transmita a localização de nossas forças para eles com suas câmeras, farei com que os inspetores do Ministério das Comunicações cheguem até você. Vergonha.
Para lembrar, a lei e as ordens assinadas por unanimidade pelo governo, com o apoio esmagador de todas as forças de segurança, estabelecem que os dispositivos utilizados para entregar conteúdo da Al Jazeera devem ser apreendidos de qualquer pessoa ou empresa. Tanto mais neste caso que o pessoal da AP foi avisado antecipadamente pela lei na semana passada e recusou-se a deixar de prestar serviço a este canal terrorista.
Continuaremos a agir de forma decisiva contra qualquer pessoa que tente prejudicar os nossos soldados e a segurança do país, mesmo que não goste disso.”
Em nota, a Associated Press afirmou que “o canal via satélite do Catar é um dos milhares de clientes da AP e recebe vídeo ao vivo da AP e de outras organizações de notícias.”
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