“Botar para f… com os caras”: Secom envia novos nomes à PF
O ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social, enviou à Polícia Federal (PF) na quinta-feira, 9 de abril, novos nomes para serem investigados pela suspeita de disseminarem fake news sobre as enchentes no Rio Grande do Sul
O ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social, enviou à Polícia Federal (PF) na quinta-feira, 9 de abril, novos nomes para serem investigados pela suspeita de disseminarem fake news sobre as enchentes no Rio Grande do Sul.
No novo documento encaminhado pelo Ministro chefe da Secom há dois médicos que postaram vídeos em suas redes sociais afirmando que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) estava impedindo aviões particulares de decolarem com medicamentos doados às vítimas da catástrofe.
O médico Victor Sorrentino postou uma live afirmando que aviões privados, em três aeroportos, carregados de medicamentos, não conseguiam decolar por causa da burocracia da Anvisa.
A assessoria de Sorrentino informou que a própria Anvisa solucionou posteriormente o problema. Com a chegada dos medicamentos, o médico influencer fez uma postagem na qual agradeceu ao órgão: “Em nome da sociedade civil e das empresas envolvidas na missão de disponibilizar medicamentos, incluindo aqueles com receitas controladas, essenciais às vítimas no estado do Rio Grande do Sul, expressamos nossa mais profunda gratidão à ANVISA pela rápida e flexível resposta à solicitação”, escreveu.
A dermatologista Roberta Zaffari Townsend também aparece na lista de Pimenta por ter publicado nas redes sociais que ela e seus colegas médicos passavam pela mesma situação: tinham conseguido aviões particulares com amigos que estavam doando remédios. Os medicamentos, porém, não chegavam ao estado por causa da burocracia da Anvisa.
“Botar para f… com os caras”
Em 7 de abril, o Ministro-chefe da Secom já havia encaminhado um primeiro ofício ao Ministério da Justiça, listando diversas postagens em redes sociais que, segundo ele, eram “narrativas desinformativas e criminosas”.
A primeira relação elaborada pelo Planalto tinha 11 exemplos da conduta que a gestão Lula considera ilegal. Ali tinha de tudo, de crítica genérica do deputado Eduardo Bolsonaro a perfil com teoria da conspiração, passando por postagens com meras críticas à ineficiência do Estado.
Após debaterem a questão na Sala de Situação, construída pelo Planalto para monitorar a crise do Rio Grande do Sul, um interlocutor perguntou: “Mandar prendê-los?”. E Pimenta respondeu: “Manda prender, não aguento mais ‘fake news’”. Em áudio divulgado nas redes sociais, o ministro chama se refere àqueles que ele considera disseminadores de Fake News como “quinta coluna” que “têm que ser tratado como criminoso”. Jornalistas presentes na reunião ouviram de viva voz a ordem dada pelo ministro: “Botar para f… com os caras”.
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