Ministério das Mulheres ouve denúncias de abusos em abrigos no RS
Em reunião com representantes do Conselho Estadual de Mulheres do Rio Grande do Sul, a ministra Cida Gonçalves (Ministério das Mulheres) ouviu as demandas das mulheres e também relatos de abusos contra meninas e mulheres nos abrigos
Em reunião com representantes do Conselho Estadual de Mulheres do Rio Grande do Sul, a ministra Cida Gonçalves (Ministério das Mulheres) ouviu as demandas das mulheres e também relatos de abusos contra meninas e mulheres nos abrigos que recebem os afetados pelas enchentes no estado.
Os relatos são genéricos. Não há detalhes de onde ou quantos casos teriam acontecido. Por isso, a primeira medida da pasta será disponibilizar uma equipe in loco e preparar um protocolo para atuar junto às autoridades locais.
A ministra disse que vai organizar uma ida de imediato do ministério ao Rio Grande do Sul e uma visita aos abrigos. Nesta quarta-feira, 8 , fará uma reunião com sua equipe para pensar num grupo de pessoas que ajude no local nas demandas e trabalhe no protocolo com recorte de gênero.
“Os encaminhamentos de imediato são preparar a ida da ministra para o Rio Grande do Sul, deixar uma equipe do Mulheres in loco nos próximos dias e preparar um protocolo junto às autoridades locais para receber e apurar essas denúncias. O Ministério pretende criar um fluxo em casos de tragédias com perspectiva de gênero, como elas pediram, junto a outras pastas envolvidas nesse tema”, informou a assessoria do Ministério das Mulheres.
Também afirmou que vai estudar a viabilidade de abrigos específicos para mulheres e, caso isso não seja possível, sinalizou que pretende identificar formas de levar segurança a mulheres e meninas, para que não tenham seus direitos violados.
Condições precárias
De acordo com relatos de mais de uma representante que falou durante a reunião, abusadores estariam se aproveitando da vulnerabilidade das vítimas com a aglomeração e a falta de energia e de banheiros separados.
A comunidade também se queixa de estar perdida, sem saber onde e como oficializar as denúncias sobre esses crimes. Por enquanto, não foram detalhados ao ministério quantos casos ocorreram, nem em quais abrigos específicos.
Por isso, levaram à ministra o pedido de locais de acolhimento exclusivo como uma opção para mulheres. Além disso, querem que os abrigos mistos tenham sanitários que não sejam compartilhados com homens.
Outras demandas
Durante a reunião, também houve a exposição da demanda de mães de crianças com algum tipo de deficiência física ou mental cujos transtornos se intensificam em locais caóticos e lotados.
As representantes demandaram melhor acesso a atendimento psicológico.
Também foram expostas questões ligadas à renda, como ajuda a mulheres da agricultura familiar, que perderam tudo, a beneficiárias do BPC, o Benefício de Prestação Continuada, recursos para entidades que trabalham diretamente com auxílio a mulheres.
Participaram da reunião on-line com cerca de 40 pessoas, representantes do Conselho Estadual de Mulheres do Rio Grande do Sul. Entre eles, Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, Movimento dos Atingidos por Barragem, Themis (Gênero, Justiça e Direitos Humanos), Rede Nacional de Mulheres Negras no Combate à Violência, Associação das Mulheres de Carreira Jurídica, Coletivo Feminino Plural. Parlamentares também participaram.
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