Ministra da Argentina diz que chineses são “todos iguais”
As declarações sugeriram dificuldades em diferenciar membros civis e militares devido às características étnicas dos presentes
A ministra das Relações Exteriores da Argentina, Diana Mondino, encontrou-se no centro de uma polêmica após comentários feitos durante uma inspeção na base espacial chinesa localizada na província de Neuquén. As declarações, que rapidamente circularam nas mídias, sugeriram dificuldades em diferenciar membros civis e militares devido às características étnicas dos presentes, levando a acusações de discriminação.
A Visita e as Declarações Controversas
Durante uma visita oficial à China, que precedeu o incidente, Mondino e seu homólogo chinês, Wang Yi, discutiram sobre “fortalecer e expandir a cooperação” entre os dois países. No entanto, foi após o retorno da ministra que os comentários foram feitos. Em entrevista ao jornal Clarín, ela afirmou que, apesar das garantias de que a base operaria sob uma capacidade estritamente civil, foi difícil confirmar a ausência de militares na inspeção: “Ninguém detectou que havia militares lá… são chineses, são todos iguais”, disse Mondino.
O Impacto das Palavras de Mondino
Esta afirmação gerou um rápido repúdio tanto no âmbito nacional quanto internacional. Figuras políticas e cidadãos usaram as redes sociais para expressar sua indignação, argumentando que as palavras de uma diplomata de alto escalão deveriam refletir mais sensibilidade e respeito pelas diferenças culturais e étnicas. Juan Grabois, líder social e ex-candidato presidencial, classificou os comentários como “repugnantes”, enquanto a deputada Myriam Bregman comentou com ironia sobre a capacidade diplomática de Mondino.
Resposta e Esclarecimento de Mondino
Na tentativa de apaziguar a situação, Diana Mondino esclareceu suas declarações no dia seguinte durante uma entrevista à Rádio Mitre. Ela insistiu que não houve intenção discriminatória em suas palavras, destacando que a visita visava confirmar o caráter civil da base. “Os que participaram são todos iguais, são todos civis… Estamos falando da visita à estação espacial chinesa de Neuquén, que aconteceu há poucos dias”, explicou.
O porta-voz presidencial, Manuel Adorni, também defendeu Mondino em uma coletiva de imprensa, atribuindo a polêmica a uma “interpretação errada” ou a uma “expressão que talvez não tenha sido entendida como deveria”.
A Mudança nas Relações Comerciais Argentinas
Este incidente ocorre em um momento complexo para as relações comerciais entre Argentina e China. Recentemente, foi reportado que a China deixou de ser o segundo maior parceiro comercial da Argentina, sendo substituída pela União Europeia. Os laços entre Argentina e China, embora historicamente fortes, enfrentam desafios conforme o cenário geopolítico global continua a evoluir.
Com a Argentina navegando por essas dinâmicas delicadas, declarações como as de Mondino destacam a necessidade de tato e precisão na diplomacia internacional, especialmente em um momento em que a construção de pontes é mais crucial do que nunca.
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