Governo derruba dois vídeos de Lula pedindo voto a Boulos
Transmissões com pedido de voto a Boulos foram veiculadas nos canais oficiais do governo federal e da Presidência da República no Youtube
O governo derrubou ao menos dois vídeos da transmissão do ato do Dia do Trabalho, nesta quarta, 1º de maio, na Arena Neo Química, em São Paulo, durante o qual Lula pediu voto ao deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) nas eleições municipais da capital paulista, marcadas para outubro.
As transmissões haviam sido veiculadas nos canais oficiais do governo federal e da Presidência da República no Youtube, respectivamente, “CanalGov” e “Presidência do Brasil”.
Os links para cada um dos dois vídeos, do CanalGov e da Presidência do Brasil, redirecionam para a informação de que o conteúdo está “privado”.
Com software online de captura de tela, O Antagonista registrou a publicação do vídeo no canal presidencial.
A oposição já reage ao pedido de voto de Lula a Boulos. Rival do deputado nas eleições municipais em São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) vai ingressar com uma representação na Justiça Eleitoral para denunciar Boulos por propaganda política antecipada.
A peça será ser protocolada nesta quinta-feira, 2.
O ex-deputado federal e ex-procurador Deltan Dallagnol alertou em sua conta no X que a fala pode estar sujeita a punições.
“Alô, TSE, autointitulado ‘tribunal da democracia’: o presidente da República pode pedir voto descaradamente em evento público para Boulos, pré-candidato a prefeitura de São Paulo?
Ainda: isso não é abuso de poder político, de poder econômico e dos meios de comunicação?“
Deltan ainda chamou atenção para os custos do evento, questionando se eles devem ser computados como gastos de campanha de Boulos.
“As despesas dessa estrutura não devem ser computadas na pré-campanha de Boulos, para fins de limite de gastos, EXATAMENTE como o PT está fazendo com Sergio Moro para cassá-lo?”, escreveu Deltan.
Como registramos mais cedo, o evento teve patrocínio da Petrobras.
Crime eleitoral
O deputado federal Kim Kataguiri (União-SP), integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) também se manifestou nas redes.
“Lula cometeu crime eleitoral! Isso é campanha antecipada. Vamos entrar com ação na justiça IMEDIATAMENTE!”, escreveu ele.
Lula discursou para uma platéia de apoiadores em evento nesta quarta, em São Paulo. Ao lado de Guilherme Boulos, ele descreveu o cenário eleitoral em São Paulo como “uma verdadeira guerra” e em seguida pediu abertamente que os presentes votem no seu aliado em outubro:
“Ninguém vai derrotar esse moço aqui se vocês votarem no Boulos para prefeito de São Paulo nas próximas eleições. Eu vou fazer um apelo: cada pessoa que votou no Lula em [19]89, em [19]94, em [19]98, em 2006, em 2010, em 2018, em 2022, tem que votar no Boulos para prefeito de São Paulo”.
Segundo a legislação eleitoral, atos de pré-campanha são autorizados, desde que não incluam pedidos explícitos de voto, como fez Lula.
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