Judeus confrontam protesto pró-Palestina na Sciences Po, Paris
O movimento “«Nous vivrons»”, associação de combate ao antissemitismo formada após os massacres de 7 de outubro de 2023 em Israel, dirigiu-se ao local de protesto pro-Palestina
Manifestações nas ruas, ocupação de instalações históricas e encontros presenciais tensos com manifestantes pró-Israel: a mobilização pró-Palestina está perturbando o bom funcionamento do Instituto de Estudos Políticos de Paris (Sciences Po) há semanas.
O Instituto de Estudos Políticos de Paris é uma instituição privada francesa de ensino superior, especializada nas áreas de Ciências Humanas e Sociais.
Nesta sexta-feira, 26 de abril, as demandas de certos os estudantes ecoaram os protestos que estão agitando alguns prestigiosos campi americanos, mas foram confrontados por uma contra-manifestação em defesa de Israel e dos judeus.
A tensão aumentou quando chegaram cerca de cinquenta manifestantes pró-Israel em frente à sede parisiense do IEP.
O movimento “«Nous vivrons»”, associação de combate ao antissemitismo formada após os massacres de 7 de outubro de 2023 em Israel, dirigiu-se ao local de protesto pro-Palestina.
Homens e mulheres, com idades entre 40 e 50 anos, agitaram juntos cartazes com bandeiras palestinas e israelenses, dizendo: “Libertem Gaza do Hamas!”. Atrás deste grupo de cerca de trinta pessoas, outros ativistas brandiam bandeiras israeleses e fotografias de reféns detidos em Gaza. “Terrorista LFI!”, gritaram então, em referência ao partido francês La France Insoumisse, que vem causando polêmica pelas declarações antissemitas e favoráveis ao Hamas.
Perante eles, ativistas pró-palestinos intervieram rapidamente, separando o grupo do resto da manifestação, criando uma “tela” com bandeiras palestinas, num clima de alta tensão.
A polícia então chegou então ao local, separando os dois grupos, formados por um total de quase 2.000 pessoas.
Uma representando do grupo “«Nous vivrons»”, presente na contramanifestação declarou: “Somos cidadãos livres que percebem o que querem fazer na Sciences Po, como na Columbia. Eles atacam os judeus diretamente”, declarou a judia 59 anos, indignando-se: “Quando dizem “do rio ao mar”, apelam à destruição do Estado de Israel, para mim é claramente antissemitismo”. Ela também declarou estar preocupada com os estudantes: “Isso já dura semanas, como vocês esperam que os jovens franceses trabalhem nessas condições? “
O apadrinhamento político dos manifestantes
Jean-Luc Mélenchon, líder do partido de extrema esquerda, LFI falou esta sexta-feira, 26 aos estudantes mobilizados da Sciences Po Paris, por meio de uma transmissão ao vivo. O líder Insoumis expressou o seu total apoio aos jovens presentes.
“Quero a todo custo enviar-lhes as mais agradecidas e admiradas saudações pelo trabalho que realizaram ao ocupar as instalações”, disse ele. “Vocês são neste momento, para nós, a honra do nosso país. A imagem mais forte que podemos dar do facto de os franceses não aceitarem, não se resignarem, não permitirem que o odioso, o abominável massacre, o terrível genocídio em Gaza aconteça sem ação”, declarou Jean-Luc Mélenchon.
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