Operação contra o PCC mira mais de 100 pessoas em MG
Investigação revelou que o PCC exercia um controle rígido sobre diversas atividades dentro de um presídio de Uberlândia
Uma investigação conduzida pelo Ministério Público de Minas Gerais revelou que o Primeiro Comando da Capital (PCC) gerenciava uma série de atividades ilícitas dentro de uma prisão em Uberlândia.
A Operação Decretados, realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), foi para cumprir 116 mandados de prisão preventiva e apreensão de entorpecentes, celulares e anotações relacionadas à facção criminosa.
Drogas e celulares em presídio
A operação teve início após o Ministério Público receber informações sobre a entrada de drogas e celulares na ala E do Presídio Professor Jacy de Assis. Segundo as autoridades, foi constatado que o equipamento de inspeção corporal por raio-X, conhecido como body scan, estava com defeito, o que levanta suspeitas sobre a possível participação de um policial penal na facilitação dessas atividades ilegais.
Os celulares se tornaram uma espécie de moeda dentro do sistema prisional, pois são objetos de alto valor para os detentos. Além disso, eles são utilizados para coordenar crimes fora da prisão e praticar outras atividades ilícitas. O Ministério Público também descobriu que as drogas eram utilizadas como uma forma de câmbio, sendo convertidas em moeda real para quitar dívidas entre os membros da facção.
PCC no comando
A investigação revelou que o PCC exercia um controle rígido sobre diversas atividades dentro da prisão. Segundo o MPMG, as provas colhidas revelaram que os faccionados eram divididos em núcleos, os quais serviam para distribuir as tarefas e permitir que os integrantes que atuavam na disciplina pudessem acompanhar os andamentos dos trabalhos da organização criminosa.
O PCC utiliza essas práticas como formas de consolidar seu poder dentro do sistema prisional, criando uma economia paralela que beneficia seus interesses. Entre os núcleos estão: esporte, tabacaria, caixa do jogo do bicho, disciplina, papelaria, apoiadores, comunicador, “salveiro”, setor gaiola, “kaô”, almoxarifado entre outros.
Nos cadastros encontrados durante a operação, constavam informações pessoais dos detentos, como nome, data de nascimento e histórico de envolvimento com o crime organizado. Além disso, eram registradas funções ocupadas pelos membros da facção e eventuais dívidas com o grupo.
Os indivíduos presos preventivamente foram acusados de crimes como organização criminosa, associação para o tráfico, tráfico ilícito de entorpecentes e ingresso de aparelhos celulares no sistema prisional. A Operação Decretados foi realizada nas cidades de Uberlândia, Tupaciguara e Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, além de presídios em São Paulo.
Atuaram na operação quatro promotores de Justiça; dois delegados da Polícia Civil e 20 policiais, 30 policiais militares e 21 agentes do Gaeco, além do apoio da Polícia Penal. A operação contou, ainda, com um helicóptero e 27 viaturas.
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